Entenda quando a depressão se torna fatal

Por Dr. Persio Ribeiro Gomes de Deus

Suicídio e depressão são muito relacionados. Mas é muito importante ressaltar que nem todas as pessoas que apresentam um transtorno depressivo têm o risco de cometer suicídio. A tendência a tirar a própria vida está relacionada a alguns fatores, sendo os mais importantes os seguintes:

  • A gravidade do quadro depressivo: nos quadros depressivos graves, a porcentagem de tentativa de suicídio é muito mais elevada
  • O uso de álcool e drogas: que podem causar estados depressivos pós uso e são extremamente graves, pois potencializam estados depressivos já existentes
  • Situações existenciais pessoais com uma somatória de fatores: idade, presença de uma doença crônica ou terminal, desesperança
  • Presença de traumas psicológicos como os abusos sexuais infantis.

Como perceber que uma pessoa com depressão pode estar próxima do suicídio?

Geralmente a pessoa manda uma série de sinais através do comportamento, mas que nem sempre são percebidos ou então não são levados a sério. Qualquer pessoa que tenha um agravamento muito severo de um quadro depressivo, a ponto de não querer mais viver (mesmo que não mencione se matar), é um candidato em potencial ao suicídio. Se nessa situação falar que quer morrer deve ser levado a sério, pois muitos que ameaçam o suicídio realmente fazem a tentativa, às vezes não por vontade de se suicidarem propriamente, mas simplesmente por estarem cansados de viver.

A depressão é uma doença multicausal e bastante complexa. Vários são os fatores que podem agravá-la a ponto de levar uma pessoa a tirar a própria vida:

Outros problemas psiquiátricos ligados ao suicídio

Como já foi mencionado, podemos encontrar suicídio nas psicoses. Nestas doenças podem ocorrem alterações na percepção da realidade ou alucinações. A pessoa pode ouvir vozes que podem ordenar que a pessoa se mate ou cometa alguma atrocidade. É comum em formas de esquizofrenia e em outras formas de psicose.

Também encontramos tentativas de suicídio e suicídio nos transtornos de personalidade, principalmente nos de tipo Borderline.

Ainda encontramos suicídio nas doenças pré-demenciais e demenciais, geralmente associadas a alterações do estado de consciência – as chamadas “criptomnésias” – por alguns momentos a pessoa recobra o estado de lucidez, percebe seu estado demencial e não consegue conviver com isto.

Ainda podemos encontrar o suicídio nos casos de transtorno bipolar, mormente nas fases depressivas da doença.

Não podemos esquecer ainda de situações traumáticas, principalmente ocorridas na infância, como as violências infantis, principalmente nos casos de violência sexual com o menor em que o índice de suicídio é bastante elevado.

Doenças físicas e uso de drogas sem dúvida também são fatores são muito importantes. Algumas pessoas são pouco tolerantes ao sofrimento e não conseguem conviver com a ideia de uma doença crônica ou incapacitante, por exemplo; ante a dor e possível sofrimento crônico optam pela solução radical.

O uso de drogas é um dos fatores que está mais fortemente associado a suicídios, e há vários motivos para isso:

  • Alteração do estado de consciência pelo efeito da droga e presença de alucinações e ideias suicidas alucinatórias
  • Depressão profunda pós uso da droga
  • Overdoses da droga
  • Queda do sistema imunológico, orgânico e dano cerebral, que causa prejuízo na autodeterminação e auto gerência: suicídio lento e agonizante que passa pela cirrose, lesões orgânicas em diversos órgãos do corpo de lesões cerebrais
  • Psicose induzida por Drogas: estado de loucura produzida pelas drogas que pode levar ao suicídio
  • Sensação de culpa e impotência por não conseguir vencer o vício.

Imagem de capa: Shutterstock/Kit8.net

TEXTO ORIGINAL DE MINHA VIDA






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