Sobre traumas amorosos

Por Poliane Teixeira

Todo mundo conhece aquele trecho clássico da música: “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, certo? E foi o que eu fiz, ou é pelo menos o que venho tentando fazer. Vou explicar melhor nos próximos parágrafos.

Meus amigos brincam comigo e falam que eu sou a louca dos relacionamentos sérios, porque eu logo saio de um, falo que nunca mais vou namorar na vida, que vida de solteira é bem melhor mas dalí um mês conheço meu futuro próximo namorado e em pouco tempo já estou namorando de novo. Mas dessa vez não! É angustiante, dói no fundo da alma, faz aquele nó na garganta todas às vezes em que tenho que encarar essa realidade:

Após um término de um relacionamento em que a gente amou por dois, planejou sair de casa, escolheu os nomes dos filhos e se anulou acreditando fielmente que a felicidade do outro era mais importante que a nossa própria, e esqueceu completamente do tal do amor próprio também.

Depois de tudo isso, tem sido muito difícil pra mim. Eu (re)conheci uma pessoa incrível, um amigo antigo, que tem sido um ótimo companheiro, daqueles que têm prazer em te contar uma piada boba só pra te arrancar um sorriso, é o tipo de parceiro que faz questão de saber das suas crises depressivas, porque quer estar ao seu lado pra te ajudar a sair delas – totalmente o oposto ao meu ex namorado que me abandonava em todas elas, afinal, dizia que minha carga emocional era pesada demais para ele suportar.

Enfim, eu sei quem são pessoas completamente opostas! Não são parecidos sequer fisicamente, não possuem os mesmos gostos em nada!E eu tenho plena consciência de que não há mais mais amor ou carinho pelo meu ex, mas simplesmente a relação me destruiu tanto, num nível tão desgastante que eu cheguei num ponto em que ao invés de querer receber carinho, atenção e cumplicidade de outra pessoa adorável eu penso em fugir, correr pra bem longe, porque eu tive e tenho medo de sentir toda aquela dor do meu antigo relacionamento de volta. Tenho medo de me sentir abandonada de novo quando mais necessitar, tenho medo de ser chamada de louca e controladora pelo simples fato de querer saber se a pessoa está bem ou viva.

Mas se assim como eu, você também estiver machucado (a) mas também estiver tendo a chance de re-amar, vá! Eu tô indo, levantando e sacudindo a poeira. Vivendo um dia de cada vez. Esse trauma pra mim ainda é uma ferida em aberto, mas uma hora feridas cicatrizam e no final fica só a marca bem leve pra gente não esquecer totalmente do que aconteceu, e também não nos permitir machucar o mesmo lugar novamente.

Imagem de capa: Shutterstock/ViChizh

TEXTO ORIGINAL DE OBVIOUS






Informações e dicas sobre Psicologia nos seus vários campos de atuação.