Enquanto muitos aguardam o aniversário com empolgação, prontos para os parabéns, os presentes e a comemoração, outras pessoas preferem que a data passe em silêncio — e isso não significa, necessariamente, que algo esteja errado com elas. Pelo contrário: há razões legítimas e até embasadas pela psicologia que explicam por que alguns evitam festejar esse momento.
A escolha de não celebrar pode estar ligada à personalidade, ao modo como a pessoa encara a vida ou até a experiências anteriores. Compreender essas razões pode ser essencial para respeitar quem pensa diferente.
Pessoas introvertidas costumam se sentir desconfortáveis ao serem o centro das atenções. Em situações como aniversários, em que todos os olhares se voltam para o aniversariante, isso pode gerar ansiedade.
Um estudo publicado na revista científica Cureus sobre transtorno de ansiedade social aponta que indivíduos com forte introspecção tendem a evitar eventos em que possam ser observados ou julgados. A aversão aos holofotes pode impactar até mesmo a vida profissional, segundo os pesquisadores. Nesses casos, o autoconhecimento e a terapia são caminhos recomendados para lidar com o desconforto.
Outra razão comum para rejeitar comemorações é o excesso de autocrítica. Algumas pessoas se preocupam de forma intensa com o que os outros pensam a seu respeito — seja sobre sua aparência, conquistas ou escolhas de vida.
Esse comportamento está ligado ao chamado “efeito holofote”, descrito por um artigo do Journal of Personality and Social Psychology. O fenômeno faz com que as pessoas acreditem que todos ao redor estão atentos a seus defeitos, quando, na verdade, a maioria mal os nota. Para quem sofre com isso, um aniversário pode parecer uma vitrine desconfortável, melhor ser evitada.
Nem todo mundo associa aniversário a festa. Para alguns, o dia representa uma oportunidade de reflexão solitária — uma pausa para avaliar a própria vida, rever metas e reorganizar prioridades.
O pesquisador Reed W. Larson, da Universidade de Illinois, analisou como o tempo sozinho é percebido em diferentes idades. Seu estudo mostra que, enquanto adolescentes veem a solidão com pesar, adultos costumam valorizá-la como uma forma de equilíbrio emocional. Assim, quem prefere passar o aniversário em silêncio não está deprimido ou antissocial: pode apenas estar buscando conexão consigo mesmo.
Há ainda quem encare aniversários com certo pragmatismo. Para essas pessoas, a data é um lembrete de que o tempo está passando — e nem sempre isso é confortável. Em vez de comemorar um marco anual, preferem investir em experiências contínuas e significativas.
O professor Adrian Bejan, em estudo publicado pela Cambridge University Press, explica que a percepção do tempo se acelera com a idade, pois o cérebro processa menos novidades com o passar dos anos. Com isso, muitas pessoas passam a dar mais valor ao presente e menos aos rituais formais. Celebrar a vida, nesse caso, não requer festas, balões ou bolos — basta viver com intensidade.
Se você se identifica com esse perfil, saiba que não está sozinho. E se você conhece alguém que prefere passar o aniversário em silêncio, talvez agora compreenda melhor os motivos. Respeitar essas escolhas também é uma forma de carinho. Afinal, cada um celebra — ou não — à sua maneira.
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