É comum que adultos façam perguntas a crianças para demonstrar interesse ou apenas puxar assunto. Mas, segundo psicólogos, algumas dessas perguntas — mesmo as mais aparentemente inofensivas — podem gerar ansiedade, afetar a autoestima e até interferir na formação da identidade infantil.
Avós, tios e até os próprios pais, com boas intenções, às vezes não percebem que certos questionamentos plantam sementes de insegurança. E não, isso não significa que sejam maus cuidadores. Mas reconhecer o impacto de determinadas perguntas pode evitar danos emocionais a longo prazo.
Pode parecer brincadeira ou curiosidade, mas essa pergunta carrega armadilhas. De acordo com os psicólogos Mireia Orgilés e José Pedro Espada, esse tipo de questionamento pode moldar negativamente a forma como as crianças veem seus vínculos sociais, além de reforçar uma ideia heteronormativa precoce e limitadora. A criança pode passar a pensar que amizade entre meninos e meninas é incomum ou errada — e que precisa “gostar de alguém” no sentido romântico para atender às expectativas dos adultos.
A timidez, segundo o psicólogo infantil Juan Pedro Valencia, é um traço comum e muitas vezes passageiro. Ao chamar a atenção da criança para isso, o adulto pode transformá-la em um problema inexistente, gerando insegurança e travando o desenvolvimento da autoconfiança. Rótulos impostos cedo demais são difíceis de desconstruir depois.
Questionar os gostos e comportamentos infantis com base em “faixa etária” pode ser prejudicial. Joe Vaccaro explicou à revista Parade que isso pode provocar vergonha e fazer a criança sentir que precisa crescer antes da hora. Se uma criança gosta de determinado brinquedo ou ainda busca o colo dos pais, isso faz parte do seu tempo — e não deve ser motivo de julgamento.
Mais de 400 anos depois de Dom Quixote já ter alertado sobre os males das comparações, seguimos errando. Comparar crianças, mesmo com boas intenções, pode enfraquecer o senso de valor individual e provocar ressentimento. A psicóloga Mariana Martínez alerta: a criança pode passar a se sentir menos amada, incapaz e insegura. Em vez de incentivar a competição, o ideal é estimular a colaboração e valorizar a individualidade de cada um.
É uma pergunta clássica e, à primeira vista, inofensiva. Mas dependendo da idade ou do tom, ela pode pressionar a criança a se definir antes da hora. A psicóloga Tristana Suárez afirma que algumas crianças interpretam essa pergunta como um ultimato: “decida-se logo”. Quando ainda não têm uma resposta, podem se sentir perdidas ou inadequadas.
Mais do que vigiar cada palavra, o importante é estar atento ao impacto do que se diz. A infância é uma fase de descobertas — e também de vulnerabilidades. Respeitar o tempo, as preferências e o silêncio das crianças é um passo fundamental para ajudá-las a crescer com segurança emocional.
Na dúvida, ao invés de perguntar “Você tem namorado(a)?”, que tal “Com quem você gosta de brincar na escola?” Ou, no lugar de “O que você quer ser quando crescer?”, tentar: “O que você gostou mais de fazer essa semana?” O interesse permanece, mas sem pressão ou cobranças. Afinal, escutar também é uma forma de amar.
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