Antes de Ed Gein virar sinônimo de horror policial e inspirar personagens como Norman Bates, Leatherface e Buffalo Bill, havia uma figura dominante dentro de casa: Augusta Wilhelmine Gein.
Entender quem ela foi — sua formação religiosa rígida, suas crenças sobre culpa e pureza, e o modo como controlou o cotidiano dos filhos — ajuda a decifrar o ambiente que moldou um dos casos criminais mais perturbadores do século XX.
Filha de imigrantes prussianos assentados em Wisconsin, nascida em 1878, Augusta cresceu em um núcleo luterano de moral severa, que pregava a corrupção inerente do homem e o medo constante da condenação.
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Sua visão de mundo era inflexível e, com o casamento em 1900 com George Philip Gein, colocou em prática um projeto doméstico de disciplina: enquanto o marido alternava bicos e se afundava no álcool, ela administrava o orçamento e a ordem, alimentando, ao mesmo tempo, um ressentimento crescente contra ele e, por extensão, contra homens em geral.
A maternidade não suavizou essas convicções. Com Henry e, depois, Edward (1906), Augusta decidiu que criaria meninos “imunes” aos vícios masculinos que tanto desprezava. Essa determinação ganha forma em 1915, quando força a família a deixar La Crosse rumo a uma fazenda isolada perto de Plainfield.
Ali, impôs rotina de clausura: os garotos só saíam para a escola e voltavam direto, sob vigilância constante. Ed, tímido, com problemas de fala e alvo de zombarias, não encontrava refúgio nem na socialização — qualquer tentativa de amizade era repreendida por Augusta, que a associava à contaminação moral.
A sexualidade, para ela, era território proibido. Augusta descrevia mulheres como fonte de perdição, martelando nos filhos a ideia de que o contato íntimo conduzia à ruína. Pediu-lhes castidade permanente e reforçou que o corpo era motivo de vergonha e punição. Em casa, sua palavra valia como lei e o medo de desapontá-la passou a orientar escolhas e silêncios, sobretudo de Ed, o filho mais submisso.
A dinâmica familiar desmorona em etapas. Em 1940, morre George, tratado por Augusta como exemplo de fraqueza. Em 1944, Henry perde a vida em circunstâncias estranhas durante um incêndio em terreno próximo; o caso é arquivado, mas a morte do irmão aproxima Ed ainda mais da mãe. Pouco depois, dois derrames atingem Augusta; o segundo, em dezembro de 1945, é fatal. Com ela se vai o eixo que, por mais opressivo que fosse, organizou toda a psique de Ed.
O luto de Ed vira fixação. Ele fecha os cômodos que eram de Augusta, coleciona livros de anatomia, tumbas e rituais e passa a visitar cemitérios à noite.
O objetivo declarado aos investigadores anos depois era reconstituir a mãe — ideia que ecoa nos objetos macabros achados em sua casa e na confissão sobre um “traje” feminino feito de pele humana. A violência que chocou Plainfield em 1957 nasce, em parte, dessa relação de dependência e culpa que Augusta instaurou e que Ed jamais superou.
A força de Augusta como personagem histórica aparece também na cultura pop. “Psicose” se alimenta do fantasma de uma mãe tirânica que não larga o filho, mesmo depois de morta; “O Massacre da Serra Elétrica” e “O Silêncio dos Inocentes” refletem, por caminhos diferentes, a obsessão com o corpo e o controle que o caso Gein cristalizou.
Em todos, há um fio condutor: a casa como claustro, a mãe como autoridade sagrada e punitiva, e o filho preso a esse altar doméstico.
Falar de Augusta Wilhelmine Gein, portanto, é percorrer o terreno em que Ed aprendeu a temer o desejo, rejeitar a autonomia e obedecer sem contestar.
Não absolve o criminoso, mas ilumina o ambiente de austeridade e humilhação que marcou sua formação — um cenário que, décadas depois, continuaria a assombrar tanto a crônica policial quanto a ficção.
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