Cuidando de quem cuida: Familiar e o Acompanhante.

Por Marta Batista

É preciso resgatar o sentido da existência humana no mundo, construir uma nova concepção, resgatar a aliança humana, como diz Crema (1997, pág.

36-37) “é tempo de religar […]. Todos nós temos um negócio em comum que se chama espécie homo sapiens.

Humanizar implicará sempre em ser, e ser é ter cuidado, essência do ser humano, cuidado consigo, cuidado com o outro, cuidado com o universo.

Leonardo Boff fala que o cuidado é essência ao ser humano, o que permite a revolução da ternura, fazendo surgir o ser humano complexo, sensível, solidário, cordial, conectado com a vida, com todos os seres e com o universo.

O profissional, a equipe, o cuidador precisam ser considerados e vistos como indivíduos de modo de ser, sentir, expressar. Esse indivíduo como qualquer humano pode manifestar sentimentos, reações, comportamentos positivos e negativos que podem interferir na conduta.

Wolff (1998) escreve que o cuidar no contexto requer do cuidador competência clínica e inter pessoal, implicam em formação de vínculo, relações de ser e saber fazer. Há conhecimento e reconhecimento, através de expressões que envolvem a fala, o olhar ou o toque físico.

O sentido genuíno do cuidar  é de promover a vida. A qualidade de nossas vidas depende do cuidado que dispensamos a ela. Desenvolver tudo o que existe ou tudo que se encontra em potencial de energia em nós compreende uma forma primária de estar no mundo.

Assim, a forma como vivemos a vida, como nos relacionamos com o mundo, com as pessoas, com a família, com os amigos, com o trabalho, interfere na forma como cuidamos.

O cuidado é uma forma de atenção que envolve percepção, ação que proporcione bem estar ao outro.

Então como pode o cuidador cuidar se não é cuidado.

Dessa forma, as perspectivas de desenvolvimento do Serviço de Psicologia  apontam para o crescimento de profissionais envolvidos por uma enorme gama de demandas sociais que definem os problemas de saúde; a introdução efetiva de psicólogos na equipe hospitalar, conservando a essência delimitada pela formação em Psicologia; ampliação da atuação do Psicólogo em áreas de promoção da saúde e prevenção de doenças. Assim, a psicologia no contexto hospitalar deverá encaminhar-se para a integração compreensiva de modelos teóricos aparentemente distantes, diminuindo os espaços entre a diversidade da área, dando-lhe finalmente significação, através de esforços psicológicos no cuidado à saúde e na prevenção das doenças, pois é a partir dela que podemos estabelecer condições adequadas de atendimento aos pacientes, familiares e a acompanhantes.

 

 

Marta Batista

Psicóloga Clinica/Hospitalar Especialista em Neuropsicologia. Trabalha na profissão há mais de dez anos. Ministrou aulas em uma instituição de Ensino. Atualmente trabalha em dois hospitais e tem um consultório em Recife- PE , onde realiza atendimento aos sábados. Contato: martabsn4.1@gmail.com

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