Lançado discretamente no catálogo da Netflix, Rebel Ridge surpreendeu ao conquistar rapidamente o topo do ranking global da plataforma, ocupando o primeiro lugar em 95 países logo na semana de estreia. O feito não se explica apenas por cenas de ação bem coreografadas ou pelo carisma do elenco, mas principalmente pela combinação rara entre entretenimento e crítica social.
Dirigido por Jeremy Saulnier, conhecido por seus thrillers tensos e viscerais como Sala Verde, o filme acompanha Terry Richmond, interpretado com intensidade por Aaron Pierre. Veterano de guerra, ele chega a uma cidade do interior dos Estados Unidos para ajudar um parente, mas rapidamente se vê encurralado por um sistema policial corrupto que toma tudo dele — inclusive a liberdade. O que começa como um conflito pontual se transforma em uma batalha contra o abuso de autoridade, envolvendo esquemas de confisco de bens, perseguições e violência institucional. Apesar do clima de tensão constante, Saulnier evita o caminho fácil da violência gratuita. A ação é precisa, muitas vezes física, mas sempre com propósito narrativo.
O filme ganha ainda mais força ao retratar práticas reais e controversas, como a possibilidade legal que a polícia tem, nos EUA, de confiscar propriedades mesmo sem condenações. Em meio a essas críticas, Rebel Ridge costura uma história de resistência individual — quase solitária — contra um sistema falido. A escolha de um protagonista que prefere o combate desarmado não é só estética: ela dialoga com a proposta de questionar a lógica da força bruta que muitas vezes domina o cinema de ação tradicional.
Aaron Pierre entrega uma atuação sólida, contida e potente. Don Johnson, como o delegado Sandy Burnne, dá vida a um antagonista ambíguo, que representa mais do que um vilão: ele simboliza uma estrutura autoritária difícil de desmontar. Já AnnaSophia Robb, como a oficial Summer McBride, surge como uma aliada improvável, trazendo uma camada de humanidade ao enredo e rompendo com estereótipos.
A fotografia reforça o clima opressivo da cidade onde a trama se desenrola, e a direção segura de Saulnier evita exageros, investindo em uma narrativa mais crua, quase realista. O resultado é um filme que entretém, sim, mas que também incomoda — no melhor sentido. Com ritmo envolvente, bons diálogos e uma atmosfera tensa do início ao fim, Rebel Ridge é mais do que um sucesso de audiência: é um lembrete de que o cinema de ação ainda pode ser inteligente, político e relevante.
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