Aquela rotina automática de passar creme, desodorante, maquiagem, hidratante e perfume pode estar fazendo mais do que hidratar a pele.
Um grupo de pesquisadoras e sobreviventes de câncer de mama se uniu nos Estados Unidos para testar uma ideia simples: o que acontece com o tecido da mama quando mulheres param, por algumas semanas, de usar produtos de beleza cheios de certos conservantes e fragrâncias artificiais?
O resultado chamou a atenção: em 28 dias, células saudáveis do seio começaram a mostrar menos sinais ligados ao desenvolvimento de tumores.
O foco do estudo foram dois tipos de substâncias muito comuns em cosméticos e itens de higiene: parabenos e ftalatos.
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Parabenos são conservantes usados para evitar o crescimento de fungos e bactérias em cremes, maquiagens, shampoos, condicionadores, sabonetes líquidos, loções e até alguns alimentos industrializados.
Já os ftalatos entram na fórmula para deixar o produto mais “macio”, fácil de espalhar e com perfume duradouro.
Ambos são classificados como desreguladores endócrinos, ou seja, produtos químicos que podem interferir na forma como hormônios agem no organismo — em especial o estrogênio, que tem relação direta com o risco de câncer de mama.
O trabalho, publicado em 2023 na revista científica Chemosphere, acompanhou mulheres sem câncer de mama que usavam diariamente cosméticos com parabenos e ftalatos.
Todas fizeram exames antes de qualquer mudança: coleta de urina, sangue e amostras de células do tecido mamário por punção com agulha fina.
Em seguida, parte do grupo recebeu um “kit” de produtos livres desses ingredientes para usar por 28 dias, enquanto o restante manteve a rotina de sempre como grupo de comparação.
Ao fim das quatro semanas, as mulheres que trocaram os produtos apresentaram uma redução clara nos metabólitos de parabenos e ftalatos na urina e no sangue — sinal de que o corpo estava menos exposto a essas substâncias.
Mais importante: nas células da mama, os cientistas detectaram mudanças em padrões de expressão gênica ligados à formação e ao crescimento de tumores, em vias biológicas como PI3K-AKT/mTOR, morte celular programada e mecanismos de reparo.
Em linguagem simples: parte da “assinatura molecular” associada ao câncer ficou mais silenciosa depois que a exposição aos químicos caiu.
É daí que vem a ideia de que, ao reduzir o contato com esses ingredientes, seria possível “desativar genes do câncer de mama” em poucas semanas.
Tecnicamente, o que o estudo mostra é uma reversão de fenótipos associados ao câncer – um recuo em sinais de ativação de genes relacionados à proliferação e à sobrevivência de células que poderiam se tornar problemáticas no futuro.
Não é uma “cura” nem uma garantia de proteção total, mas indica que o tecido mamário responde rápido quando o ambiente químico ao redor muda.
Organizações como a Breast Cancer UK vêm alertando há anos para o papel possível de desreguladores hormonais na saúde da mama.
A entidade lembra que parabenos conseguem imitar ou amplificar a ação do estrogênio e que níveis mais altos desse hormônio estão ligados a maior risco de câncer de mama, especialmente em mulheres que já passaram pela menopausa e cujo tecido mamário passa a regular o próprio estrogênio localmente.
Por isso, a recomendação deles é de cautela: reduzir o contato onde der, mesmo que os estudos em humanos ainda não fechem totalmente a questão.
Ao mesmo tempo, órgãos como FDA e revisões de entidades médicas lembram que as evidências em humanos ainda são limitadas e que não se pode dizer, de forma definitiva, que parabenos “causam” câncer de mama.
Por enquanto, o que existe é um conjunto de dados de laboratório (em células e animais) e estudos como esse, de intervenção curta, sugerindo que reduzir a exposição pode ser uma peça a mais na prevenção.
Na vida real, isso significa prestar mais atenção ao rótulo. Nos cosméticos, parabenos costumam aparecer com nomes como methylparaben, ethylparaben, propylparaben, butylparaben ou qualquer ingrediente terminado em “-paraben”.
Em alimentos e embalagens, eles podem ser identificados por códigos E214, E215, E218 e E219. Já os ftalatos surgem muitas vezes em listas de ingredientes de fragrâncias ou plásticos, embora nem sempre sejam claramente declarados.
Grupos de advocacy em câncer de mama sugerem alguns passos simples: reduzir o número de produtos usados todo dia, dar preferência a itens rotulados como “livre de parabenos e ftalatos” e desconfiar de marketing que se apoia só em termos como “natural”, “verde” ou “orgânico”, já que esses rótulos não impedem, por si, a presença de desreguladores hormonais na fórmula.
A mensagem geral dos pesquisadores é menos dramática do que os títulos chamativos sugerem, mas ainda assim direta: pequenas mudanças na prateleira do banheiro podem ter reflexos rápidos em processos biológicos ligados ao câncer de mama — e isso, por si só, já vale a atenção.
Fonte: Breast Cancer UK | Science Direct
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