Durante o processo de subjetivação da humanidade, o homem buscou a paz nas contingencias do mundo, no que este pode oferecer para proporcionar bem estar e harmonia. Mas, estamos oferecendo o nosso contributo para essa paz que queremos?

Tudo o que ocorre no mundo externo é uma projeção do nosso mundo interno. Na prática, não existe uma separação entre interno e externo, entre individual e coletivo. Vivemos uma dicotomia acreditando que tudo é separado. Na realidade, todas as questões sociais que perpassam a humanidade são a manifestação, a “materialização” de nossos conteúdos, de nossas questões e de nossos conflitos. A paz, como qualquer outro aspecto, deve ser compreendida como processo interrelacional, onde existe interligação entre fatos e pessoas, de como somos e estamos no mundo e de suas manifestações.

A questão crucial é que jamais encontraremos a paz fora de nós, pois esta nasce de um movimento interno e se manifesta em nossas relações a partir das contribuições que fazemos para a materialização da proposta de mundo que desejamos. No entanto, sempre “nadamos contra a maré” da verdadeira paz. Ainda não a vivenciamos, pois o “eu quero”, o “eu sou”, o “eu tenho” e todo o movimento do ego que dissocia o homem do próprio homem é gerador de conflitos e isto não é um fenomeno social atual. Em seu percurso existencial, o homem sempre apresentou atritos de todas as espécies, sendo observados comportamentos e condutas característicos geradores de contendas em qualquer época, cultura, território ou espaço social e por motivos vários. Sempre houve conflito, o homem nunca soube viver em paz, embora deseje a paz.

Reflexão transmutativa:

Ultimamente observa-se um processo crescente de espiritualização, contemporaneamente a tanto egocentrismo. Estamos de fato nos espiritualizando ou se trata apenas de uma “persona” social para maquiar o mal estar generalizado Estamos de fato fazendo a nossa parte ou apenas querendo a nossa parte? Não precisamos somente dar um sentido de paz à nossa vida, mas sobretudo encontrar um sentido de paz no mundo em que vivemos, oferecendo o nosso contributo, pois como disse Mahatma Gandhi: “Seja você a mudança que deseja ver no mundo”.

E como tudo é uma construção, para a paz não é diferente.

***
Photo by Colton Duke on Unsplash

Soraya Rodrigues de Aragão

Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Escritora e palestrante.Autora dos livros Fechamento de Ciclo e Renascimento, Supere desilusões amorosas e pertença a si mesmo, Liberte-se do Pânico e viva sem medo e Talita e o portal. Site: www.sorayapsicologa.com Email: contato@sorayapsicologa.com

Recent Posts

Quase ninguém sabe para que serve o furinho na tampa da caneta?

Você já parou para reparar naquele pequeno furo no topo da tampa de muitas canetas?…

10 horas ago

Psicólogos revelam: preferir essas 3 cores pode dizer muito sobre o seu nível de inteligência

😳 Estudo psicológico mostra quais cores são mais usadas por pessoas com pouca inteligência

10 horas ago

Quando chega ao SUS? Exame de sangue criado por cientistas brasileiros pode detectar Alzheimer com até 90% de precisão

Cientistas brasileiros criaram um exame de sangue com potencial para revolucionar o diagnóstico do Alzheimer…

11 horas ago

Cientistas descobriram uma maneira de desligar o colesterol e reduzir casos de infarto – veja como

🧠💥 Descoberta que pode mudar tudo: cientistas afirmam ter encontrado uma forma de “desligar” algo…

11 horas ago

Chegou ao Brasil o remédio que corta pela metade o risco de morte por câncer de mama

💗 Esperança para milhares de pacientes: novo remédio reduz em 50% o risco de morrer…

13 horas ago

7 séries da Netflix que mergulham na mente de criminosos e vão te deixar obcecado do início ao fim!

Cuidado: essas 7 séries sobre assassinos e crimes reais da Netflix viciam mais que café!…

13 horas ago