SAÚDE MENTAL

5 dicas científicas para se sentir melhor nos momentos difíceis

Por Humberto Abdo

Nas primeiras semanas do ano, sua disposição para concluir novas metas pode estar totalmente recarregada. Mas se a rotina ou um obstáculo forem capazes de conter seu ânimo em algum momento, também é importante ter uma estratégia para conseguir encarar os momentos difíceis e melhorar seu humor.

Com cinco dicas baseadas em estudos científicos recentes, a GALILEU separou sugestões básicas para você aprender a reverter o impacto negativo causado por situações desfavoráveis e continuar a viver bem consigo mesmo:

1 – Aproveite os efeitos da escrita
Em entrevista ao podcast Note to Self, o neurocientista e autor do livro A Mente Sobrecarregada, Daniel Levitin, afirma que anotar seus afazeres diários é uma boa maneira de priorizar o que considera realmente importante manter na memória: “Ao registrar todas as coisas que você deve fazer, sua mente não precisa mais ocupar recursos neurais para manter aquela voz te lembrando de comprar leite ou pagar uma conta”, explicou.

Outras formas de escrita também podem melhorar seu humor, como escrever à mão ou manter uma agenda diária, ótima ferramenta para “acompanhar o passado, organizar o presente e planejar o futuro”, nas palavras do designer Ryder Carroll — o mesmo criador da técnica de bullet journal, uma opção analógica e customizada de agenda.

2 – Use o “efeito” de um novo começo
A sensação de recomeço em um ano novo costuma ser descrita por psicólogos como “a vontade de mudança que surge no início de fases novas”. São os marcadores intertemporais, que fazem com que as pessoas se sintam desconectadas de suas imperfeições e falhas do passado. Como aponta o Science of Us, um estudo mostrou que estudantes costumam ir à academia do colégio com mais frequência no início do mês ou de qualquer semana. Os pesquisadores também notaram que os alunos frequentavam mais ainda a academia após um intervalo escolar.

Se você não sabe como encarar possíveis novos começos, outro artigo científico diz que uma manhã de segunda-feira pode servir tão bem como “nova era” quanto o início de um emprego, por exemplo.

3 – Encare as coisas pela perspectiva de outra pessoa
Uma série de experimentos da Universidade de Waterloo e de Michigan mostrou que as pessoas tendem a tomar decisões melhores quando enxergam a situação com uma perspectiva de “terceira pessoa”. Aquela mania de dar conselhos aparentemente infalíveis para os problemas de amigos e conhecidos talvez exista por causa disso. Ao considerar suas opções em algum desafio ou impasse, pergunte a si mesmo: qual conselho você daria a um amigo na mesma situação?

4 – Assuma uma quantidade razoável de pessimismo
Cientistas já comprovaram que sonhar acordado pode fazer bem, mas ficar pensando em “desejos positivos” por muito tempo pode atrapalhar suas tentativas de mudança. A professora da Universidade de Nova York, Gabriele Oettingen, sugere quatro passos para evitar esse efeito e determinar metas mais realistas: antes de tudo, deseje; depois disso, imagine como seria atingir seu objetivo; retorne à realidade por um momento e considere os obstáculos que poderiam surgir no processo; por último, defina como você será capaz de ultrapassar os possíveis obstáculos.

5 – Não se esqueça das palavras “por enquanto”
Se você estimula uma mentalidade fixa sobre as coisas que consegue ou não fazer, é provável que já tenha afirmado que “simplesmente não leva jeito para matemática” ou “não é o tipo de pessoa que nasceu para desenhar” — e não há nada que possa ser feito. Por outro lado, ao acreditar que é possível aprender ou melhorar alguma habilidade e expressar isso em palavras, sua motivação pode aumentar notavelmente.

A professora Carol Dweck, da Universidade de Stanford, explica que modificar suas afirmações é uma boa maneira de impulsionar a trajetória de treino em qualquer atividade aparentemente impossível de dominar: “Não sou muito bom nisso… Por enquanto.” Se os gênios da matemática existem, em parte é porque acreditaram de verdade que poderiam ser “esse tipo de pessoa”.

Imagem de capa: Shutterstock/Mildenmi
TEXTO ORIGINAL DE REVISTA GALILEU

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