Por Maria Fernanda Carvalho

Aceitar o que sou e transformar ao invés de manter distância e interpretar, duas formas diferentes de se pensar onde a possibilidade de escolha feita caberá ao terapeuta interagir e conduzir o processo de tomada de consciência, onde a sua presença é ativa, honesta e direta.  O Cliente é incentivado a falar sobre seus sentimentos, a descrever e reviver suas experiências no aqui e agora. Entre a frustração e a construção de suporte, a firmeza e o afeto.

No estudo da constituição do mundo na consciência não conseguimos pensar sobre o que fazemos, a não ser através de descrições e das vivências, de tudo aquilo que experienciamos.

As dificuldades do viver são decorrentes de defesas, criadas para nos proteger da dor e do sofrimento, no intuito de sobrevivermos psicológica, física e emocionalmente. O problema é que acreditamos que precisamos dessas defesas para o resto de nossas vidas. Tornamo-nos prisioneiros das defesas que envenenam nossa existência.

É nessa busca que compreendemos melhor o que é a angústia de um ponto de vista existencial e onde há o caos sempre haverá algo estruturante do caráter, que gera ansiedade e produz mecanismos de defesa como, por exemplo, o isolamento, e na busca de contato interpessoal onde se minimiza o isolamento, não poderá eliminá-lo.

Queremos dizer com isso que o sentido e a falta de sentido da vida, ser ou não ser, estar vivo são temas existenciais do ser humano.

O terapeuta auxilia o paciente a lidar com essa ansiedade de modo criativo.

Com a ênfase na experiência consciente; a espontaneidade e o poder de criação do indivíduo a arte se faz presente cada vez mais como parte integrante desse processo.

De uma forma metafórica assim é o artista ao se desesperar com as suas possibilidades limitantes diante da existência ao perceber que a sua obra de arte não ampliará sua forma de perceber o mundo, aparecem os sintomas. O sintoma carrega em si a sua marca pessoal e o seu sentido é traduzido com ajuda terapêutica, porém para obter a alegria de todo o artista essa experiência lhe trará ao fazer a obra de arte e as diversas partes da sua realidade e a possibilidade de transformar de um jeito singular o compartilhar com todos a sua obra será o seu enorme prazer. Podemos entender aqui que se faz arte ao pintar, ao contracenar, ao cantar, ao fazer poesia, ao ser psicólogo, engenheiro, médico, ou seja, todos dotados de poder criativo, capazes de moldar a si mesmos.

Ao criar o artista (que somos) se transforma, se reinventa e ao transpor para uma nova dimensão, transgredi sua própria limitação.

É um processo, um devir, ao se parar esse processo aparecerá a doença. Ao se fazer o que agrada é tornar possível o impossível é resignificar sua própria existência.

“A arte e nada mais que a arte!  Ela é a grande possibilitadora da vida, a grande aliciadora da vida, o grande estimulante da vida.” Nietzsche

Maria Fernanda Carvalho

Psicóloga Clínica. CRP: 05/49129 Ênfase: Existencialismo. Participou de seminários, congressos, apresentou projeto de cunho científico sobre a relação terapêutica e apresentou a clínica como obra de arte uma metáfora baseada nos temas da filosofia de Nietzsche, uma contribuição para a clínica.

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