Maria Montessori (1870-1952) é amplamente reconhecida por sua contribuição inovadora à educação infantil. Seu método pedagógico, focado no desenvolvimento individual da criança em um ambiente adequado às suas necessidades, conquistou pais e professores ao redor do mundo. No entanto, pesquisas recentes apontam para um lado menos conhecido da educadora italiana, que envolve ideias polêmicas sobre eugenia e relações com regimes autoritários.
No livro A Longa Sombra de Maria Montessori (2024), a pedagoga Sabine Seichter revela que a educadora italiana sustentava ideias radicais sobre seleção racial. Segundo a autora, Montessori defendia a formação de uma “criança perfeita”, baseada em padrões idealizados do homem branco europeu. Para ela, a educação deveria servir não apenas ao desenvolvimento moral e intelectual das crianças, mas também à criação de uma sociedade “purificada”.
A pesquisa também destaca que Montessori dividia as crianças entre “normais” e “anormais”. Crianças com deficiência eram descritas por ela como “monstros” ou “parasitas da sociedade”, e deveriam ser segregadas das demais, com o objetivo de preservar a pureza do grupo dominante.
Outro ponto polêmico revelado por Seichter é a afinidade de Montessori com regimes autoritários. O historiador Heinz-Elmar Tenorth, da Universidade Humboldt de Berlim, aponta que a educadora buscou apoio em figuras como Benito Mussolini e Adolf Hitler para implementar suas ideias. Documentos históricos indicam que, em 1928, Montessori enviou uma carta ao ditador italiano solicitando apoio para um “plano divino” de transformação da educação mundial, utilizando sua metodologia como base.
Segundo a biografia O Menino é o Mestre: Vida de Maria Montessori, de Cristina De Stefano, a educadora manteve essa visão mesmo após a queda dos regimes fascistas. Ela acreditava na necessidade de um controle político sobre a educação para garantir a “evolução adequada” das futuras gerações.
Apesar das revelações controversas, o método Montessori continua sendo amplamente aplicado e respeitado. A abordagem revolucionou a pedagogia ao valorizar a autonomia infantil e eliminar a posição autoritária dos adultos sobre as crianças. No entanto, os estudiosos ressaltam a importância de compreender a complexidade da figura histórica por trás do método.
Cristina De Stefano sugere que Montessori era uma personalidade multifacetada, com qualidades brilhantes e contradições profundas. “Ela acreditava estar cumprindo uma missão divina e usava seu carisma para buscar apoio onde fosse possível, sem se importar com as consequências morais de suas alianças”, afirma a bógrafa.
O debate sobre o legado de Maria Montessori continua. Enquanto seu método segue transformando a educação globalmente, os aspectos obscuros de sua ideologia exigem um olhar crítico e aprofundado. Afinal, até que ponto é possível separar a obra de seu criador?
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Fonte: Xataka.
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