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Alguns amores, ainda que breves, deveriam ser chamados de ressurreição.

Pode acontecer de, após uma longa temporada totalmente descrente da possibilidade de amar, você ser surpreendido(a) com um amor breve, eu digo breve, porque esse tipo de amor já chega na vida das pessoas com um objetivo bem definido, melhor dizendo, uma missão específica: ressuscitar-lhe o coração e trazê-lo à tona, descartando a possibilidade de que ele esteja morto para a capacidade de amar novamente.

Serão amores breves e intensos, sim, é preciso ser muito intenso para dar um tratamento de choque e desfibrilar um coração praticamente parado. É que, esse órgão vital, em algumas pessoas,  está tão paralisado pela desilusão que parece ter recebido uma dose cavalar de anestesia, algo que beira ao coma.

E eis que chega um amor novo, promovendo um choque nesse coração, e ele parece querer entrar em colapso. É que, de uma hora para outra, sem nenhum aviso prévio, ele migrou da apatia para a euforia, e ainda não entendeu o que está acontecendo, mas está amando, literalmente.

A sensação que um coração assim experimenta é de ressurreição. Ele agora pulsa forte e rápido, ás vezes, meio descompassado, mas bate feliz. Ele está sendo oxigenado pela paixão, alguém conhece algo que contenha mais adrenalina do que esse sentimento? Essa paixão, ainda que efêmera, fará o seu papel de desintoxicar esse coração dos efeitos nocivos da tristeza e da apatia, trazendo-lhe fôlego, fazendo com que  a pessoa perceba-se viva e não apenas existindo,  mais viva do que nunca, sentindo-se um(a) adolescente, não importando quantas décadas de vida tenha.

A pessoa então passará por  uma metamorfose que mescla gratidão e superação, gratidão por alguém ter, de alguma forma, lhe devolvido a capacidade de sentir borboletas no estômago, e superação por perceber que foi capaz de resistir às intempéries da solidão e da desilusão oriundas de amores passados. E a saúde, como um todo, agradece. A pele rejuvenesce, causando espanto em qualquer dermatologista(risos), os olhos somam-se à boca na função de sorrir, a preguiça para exercitar-se desaparece, como num passo de mágica.

Entretanto, o sono parece ser a única função do organismo que fica um pouco prejudicada nessa fase, mas nada comprometedor(risos), porém, mesmo a pessoa não dormindo bem pelo excesso de euforia, ela acorda descansada e feliz. A vaidade da pessoa ressurge com força total e a autoestima fica nas alturas.

Não importa o espaço de tempo que essa paixão dure, o fato é que ela será eternizada como um processo de renascimento que a pessoa vivenciou. Sentir o coração batendo descompassado, é por si só, uma experiência milagrosa para uma pessoa que sentia-se incapaz de emocionar-se novamente. Por fim, querido(a) leitor(a), eu te desejo infinitas borboletas no estômago, elas são maravilhosas, né? Gratidão…até o próximo texto.

Imagem de capa: Shutterstock/A3pfamily

Ivonete Rosa

Sou uma mulher apaixonada por tudo o que seja relacionado ao universo da literatura, poesia e psicologia. Escrevo por qualquer motivo: amor, tristeza, entusiasmo, tédio etc. A escrita é minha porta voz mais fiel.

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