COLABORADORES

Às vezes, a gente não esquece, mas aprende a viver sem

Tem coisas que a gente não esquece. Existem pessoas que a gente não esquece. Queremos manter o que é bom, como se fosse um instinto de sobrevivência. Tudo nos assusta tanto neste mundo de hoje, que desejamos a segurança de reter momentos, lembranças e pessoas junto de nós o tempo todo. Infelizmente, teremos que seguir aos pedaços, pois, muitas vezes, o que queremos simplesmente sai de nossas vidas.

Alguns relacionamentos não dão certo. Nem sempre seremos amados para sempre por quem amamos. Nem sempre uma amizade consegue resistir às distâncias que o tempo e a vida trazem. Será duro, doloroso e triste, mas teremos, muitas vezes, que reaprender a sobreviver longe de quem queríamos por perto o tempo todo. Imprevistos acontecem com frequência e deveremos ser mais fortes do que cada um deles.

Outras vezes, a vida leva embora pessoas amadas, queridas e essenciais, obrigando-nos a encara a escuridão do luto. A morte é uma certeza, mas pouco nos preparamos para ela. Além de parecer mórbido ficar pensando na morte, quando há tanta vida pela nossa frente, é natural acharmos que nossos queridos serão eternos, que nossos animais de estimação terão vida longa, que poderemos contar com o abraço de nossa mãe enquanto vivermos.

Não somente pessoas, mas a vida acaba por subtrair de nossa jornada outras coisas que não imaginamos terem um fim, tais como o emprego que nos sustenta, o dinheiro que economizamos, vários planos que idealizamos. Infelizmente, tudo pode virar do avesso, assim, de uma hora para outra, sem aviso prévio, deixando-nos à deriva de nós mesmos. E então a gente se desespera, chora e não vê saída. Mas o ser humano é mais forte do que imagina e encontra saídas em meio a todo e qualquer caos.

Como se vê, existem pessoas, momentos, muita coisa inesquecível, muita coisa que levamos somente dentro de nós enquanto vivemos. E a gente continua, faltando um pedaço, trôpegos, limpando as lágrimas, mas a gente segue em frente. Nossa sobrevivência, afinal, em muito depende dessa nossa capacidade de aprender a viver sem o que nos era vital, transformando as mais belas recordações em combustível de vida. Dessa nossa vida imprevisível e sofrida, mas única e especial.

Foto de Jennifer Bedoya em Unsplash

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

Recent Posts

Filme de suspense que recebeu uma enxurrada de prêmios é uma das boas opções da Netflix

Um intrincado suspense psicológico que trata de temas muito profundos ao mesmo tempo em que…

12 horas ago

Billie Eilish desabafa sobre problemas com saúde mental: “Nunca fui uma pessoa feliz”

A cantora norte-americana de 22 anos contou que sempre sofreu com a depressão e que,…

13 horas ago

Quem era a psicóloga que foi morta dentro do próprio consultório no interior do RN

A psicóloga Fabiana Fernandes Maia Veras, de 42 anos, foi morta dentro do próprio consultório…

1 dia ago

Para ver na Netflix: A mais perfeita adaptação cinematográfica de um romance de Jane Austen

Um filme que aquece o coração e permanece na memória por muito tempo depois dos…

1 dia ago

Meu ex-marido se casou com minha ex-terapeuta

A advogada Ana Serafim, de 46 anos, viralizou nas redes sociais ao compartilhar um vídeo…

2 dias ago

Psicóloga é encontrada sem vida em clínica; suspeito pelo crime é ex-marido de paciente da vítima

De acordo com informações da Polícia Civil, o suspeito se aproximou da psicóloga para conseguir…

2 dias ago