COMPORTAMENTO

Ciência confirma: nós gostamos mais de cachorros do que de gente

Por Bruno Vaiano

Um artigo científico acaba de confirmar o que todo mundo já sabia: na média, pessoas gostam mais de cachorros que de outras pessoas. Principalmente se o bichinho for um filhote de olhos bem grandes.

Psicólogos da Northeastern Universtity, em Boston, nos EUA, distribuíram quatro notícias falsas, supostamente publicadas no Boston Globe, a 256 estudantes de graduação voluntários. Os relatos tinham protagonistas diferentes: um adulto na faixa dos 30, um bebê de um ano, um cãozinho recém-nascido e um cachorro mais velho, com seis anos de idade. Todos eram encontrados gravemente feridos após uma sessão de espancamento com um bastão de beisebol.

Leia um trecho: “De acordo com as testemunhas presentes no local, um ataque particularmente cruel envolveu um filhote de um ano de idade que foi golpeado com um taco de beisebol por um atacante desconhecido. Chegando ao local do crime alguns minutos após o ataque, um policial encontrou a vítima com uma perna quebrada, lacerações múltiplas e inconsciente. Ninguém foi preso.”

Após a leitura, os participantes eram orientados a indicar, de acordo com uma escala, o grau de empatia que sentiram por cada uma das vítimas. Resultado? O bebê humano, o bebê canino e o cão adulto despertaram todos mais piedade que o humano adulto – e a comoção foi maior entre mulheres que entre homens.

A explicação é simples: a violência parece menos justificável quando a vítima é um ser indefeso, como um bebê ou o cachorro. Mesmo que o adulto não pudesse ter se defendido na situação narrada, nós ainda o encaramos como um ser consciente e autônomo, que (pelo menos em teoria) teria mais chances de se defender.

Segundo os próprios autores, a inspiração para a pesquisa veio após um caso real, ocorrido no estado norte-americano do Arizona em 2014. Um garoto de quatro anos foi atacado violentamente por um cão de grande porte, e precisou passar por delicadas cirurgias de reconstrução facial. Uma campanha para ajudá-lo alcançou cerca de 500 seguidores no Facebook. Já uma página criada por ativistas para evitar que o cão responsável pelo ataque fosse sacrificado alcançou 40 mil pessoas em pouco mais de uma semana.

Dito isso, é sempre bom lembrar que, na média, o ser humano não tem um bom histórico de relações com os animais. Na conclusão, os pesquisadores afirmam que a descoberta servirá justamente para criar campanhas de prevenção contra maus-tratos mais eficientes – que comovam usando filhotes simpáticos em vez de cenas de agressão apelativas. “Ao enfatizar a vulnerabilidade, em vez de focar na exposição à violência e agressão, programas inovadores podem revolucionar a prevenção de casos de abuso de animais.” Testes futuros terão as raças de cachorro especificadas e envolverão animais de outras espécies.

Imagem de capa: Shutterstock/Jess Wealleans

TEXTO ORIGINAL DE SUPERINTERESSANTE

Psicologias do Brasil

Informações e dicas sobre Psicologia nos seus vários campos de atuação.

Recent Posts

Mariana Rios faz honesto desabafo sobre ser mãe tentante: “Não foi fácil expor

Atriz compartilha jornada como mãe tentante e fala sobre planejamento familiar, congelamento de óvulos e…

9 minutos ago

Síndrome de Fortunata: O que a psicologia revela sobre quem se apaixona por pessoas casadas

Inspirada na obra Fortunata y Jacinta, do escritor espanhol Benito Pérez Galdós, a chamada síndrome de Fortunata tem…

23 horas ago

Psicanalista analisa relação de Nicolas Prattes com filha de Sabrina Sato: “Eles devem estabelecer limites”

“A maneira como a criança percebe as figuras parentais tem um papel crucial em formar…

24 horas ago

Por que a maioria das pessoas é destra?

Essa é uma questão que intriga muitos estudiosos, neurocientistas e até mesmo a sociedade ao…

1 dia ago

Por que não conseguimos terminar um relacionamento mesmo quando ele não dá mais certo?

Forçar algo que não tem mais solução é um ato de covardia. Por que não…

1 dia ago

Este hábito de sono pode aumentar risco de derrame

Descubra como um simples hábito de sono pode estar ligado ao aumento do risco de…

1 dia ago