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Cientistas dizem que hiperatividade é mal diagnosticada e muitas crianças são simplesmente imaturas

Um novo estudo está sugerindo que o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é diagnosticado erroneamente com frequência, com muitos casos sendo simplesmente de crianças imaturas que são as mais jovens em sua classe.

Quase 400.000 crianças entre 4 e 17 anos no Taiwan participaram da pesquisa. Os cientistas notaram que a percentagem de jovens diagnosticados com TDAH muda significativamente dependendo do seu mês de nascimento.

Enquanto apenas 2,8% dos meninos nascidos em setembro têm a condição, o número salta para 4,5% em agosto, subindo de forma constante ao longo do ano escolar no país. Para as meninas, o número sobe de 0,7% a 1,2%.

TDAH

O TDAH é um termo frequentemente usado para indicar um conjunto de problemas. O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido descreve a doença como sendo “um grupo de sintomas comportamentais que incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade”.

Os sintomas mais comuns são curto espaço de atenção, agitação ou inquietação constante e distração. Muitas pessoas com TDAH também podem apresentar dificuldades de aprendizagem e outros problemas de saúde, como distúrbios do sono. A condição é normalmente diagnosticada entre as idades de 3 e 7 anos.

De acordo com o jornal britânico The Telegraph, a prescrição de medicamentos como Ritalina duplicou na última década para crianças diagnosticadas com TDAH, mas pode causar reações adversas, tais como perda de peso, toxicidade hepática, pensamentos suicidas e supressão do crescimento puberal.

Crianças sendo crianças

Os pesquisadores acreditam que muitos casos de TDAH podem ser causados por professores comparando o comportamento de crianças mais maduras ao das mais jovens (quase um ano mais jovens) nas salas de aulas.

“Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é o distúrbio neurológico mais comumente diagnosticado. TDAH começa na infância e se manifesta como uma incapacidade de organizar e manter a atenção e modular nível de atividade e ações impulsivas”, disse o principal autor do estudo, Dr. Mu-Hong Chen, do Departamento de Psicologia do Taipei Veterans General Hospital, em Taiwan. “Ao olhar para o banco de dados como um todo, as crianças nascidas em agosto eram mais propensas a serem diagnosticadas com TDAH e/ou receber medicação do que as nascidas em setembro”.

Os pesquisadores sugerem que idade relativa, como um indicador da maturidade cognitiva, pode desempenhar um papel crucial no risco de ser diagnosticado com TDAH. “Nossos resultados sublinham a importância de se considerar a idade de uma criança dentro de um ano ao se diagnosticar e prescrever medicamentos para TDAH”, diz o Dr. Chen.

TDAH sequer existe?

Se os cientistas taiwaneses acreditam que crianças imaturas estão sendo diagnosticadas com TDAH, alguns neurocientistas vão ainda mais além e afirmam que a condição nem sequer existe. Eles argumentam que a maioria das pessoas irá exibir alguns (ou todos) os sintomas do déficit de atenção durante sua vida. (E não há como discordar disso, certo?).

É cedo para abolir o TDAH como uma doença conhecida, mas é importante tomar cuidado para não prescrever medicamentos potencialmente prejudicais a crianças que não precisam deles.

“O estudo destaca a importância de assegurar que a avaliação para o TDAH seja rigorosa e dependa de uma variedade de fontes de informação para decidir se o critério foi atendido”, disse o Dr. Kuben Naidoo, psiquiatra e presidente da Fundação TDAH (ADHD Foundation, no Reino Unido). [Telegraph]

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