COMPORTAMENTO

Fique à vontade, mas fique com vontade!

Quantas e quantas vezes não nos perguntamos se o que está em nossas vidas seria mesmo essencial, se tudo aquilo faz parte de nós mesmos ou se apenas nos acostumamos, seja com o emprego, com o parceiro, seja com a moradia, com os amigos. Fariam realmente falta? Não conseguiríamos sobreviver de outra forma?

Costumamos nos sentir bem com aquilo que já está estabelecido, com o que não muda nem traz incerteza, pois o que é cômodo implica, aparentemente, conforto e segurança. Por essa razão, às vezes nem nos dispomos a refletir sobre o rumo que nossas vidas vêm tomando, resistente que somos a mudanças que nos abalem o que parece certo.

E assim seguimos trabalhando, morando junto, presos a rotinas imutáveis, vestindo as mesmas roupas, penteando o cabelo do mesmo lado, comprando os mesmos produtos, frequentando sempre os mesmos lugares. Mal percebemos o quanto esse conforto pode ser desconfortável, o quanto ele nos limita e nos paralisa, mantendo-nos presos no mesmo lugar, afastando-nos de novas experiências para além de seus limites.

Mesmo que possa não ser agradável, refletirmos sobre o que e quem mantemos em nossas vidas nos possibilita tomadas de decisão imprescindíveis ao nosso caminhar, pois não conseguiremos respirar tranquilos, caso não nos desfizermos de muito daquilo que carregamos inutilmente. Tentar olhar para nossas vidas, do lado de fora, como espectadores de nós mesmos, nos tornará mais certos quanto à utilidade das coisas e à qualidade das pessoas ao nosso redor.

Empurrar as horas enquanto trabalhamos, enquanto estamos ao lado de alguém, enquanto vivemos, enfim, faz muito mal, indica vida pela metade, felicidade sufocada, tristeza camuflada, amor fajuto. Significa que estamos ausentes de nós mesmos, passando pela vida mediocremente, sem sorver todos os sabores, sem ver todas as cores, sem alcançar tudo o que poderíamos, tudo o que se encontra à nossa disposição, o dia todo, todos os dias.

Na verdade, já temos dentro de nós todas as respostas de que precisamos. Sabemos muito bem o que nos incomoda, o que nos emperra, quem não nos completa, quem não acrescenta. É preciso, pois, cair fora de onde estamos acomodados desconfortavelmente, desprendendo-nos dos relacionamentos sufocantes, fugindo de gente falsa e de ambientes desarmônicos. Pois é, ser feliz requer uma coragem absurda…

Imagem de capa: Roman Samborskyi/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

Recent Posts

Vai ser impossível não chorar: o filme da Netflix que vai te deixar de coração partido

O filme da Netflix que vai te levar às lágrimas e te deixar pensando por…

4 horas ago

Você não é tão bonito quanto pensa — o espelho engana seu cérebro (e a ciência explica por quê)

O espelho mente? A ciência revela por que você se vê melhor do que realmente…

4 horas ago

Você dorme coberto mesmo suando? A ciência explica por que seu cérebro pede isso

Dormir coberto no calor não é mania: o que o peso da manta faz com…

4 horas ago

Você está começando e terminando o dia errado — e isso pode estar destruindo sua felicidade

Dois erros diários podem estar drenando sua felicidade — veja como corrigir ainda hoje ⏰

1 dia ago

Você não gosta do Natal? A causa pode estar em algo que sua mente tenta esconder há anos

🎅🤯 Psicólogos quebram o tabu: por que tanta gente rejeita o Natal (e o motivo…

1 dia ago

Do prato ao DNA: o que estes 8 alimentos têm a ver com prevenção do câncer

O que esses 8 alimentos fazem no corpo que pode dificultar o avanço do câncer…

2 dias ago