A nossa sociedade vem evoluindo em muitos aspectos, tais como ciência, tecnologia, economia e outras, porém alguns mitos atravessam os tempos sem que sejam questionados e/ou enfrentados. Essa crença de que o homem deve ser forte, másculo, provedor, insensível, racional e objetivo vêm sendo passada de geração em geração.

É incrível quando a gestante descobre que espera um menino e o preconceito já começa. Frases totalmente machistas passam a fazer parte do seu vocabulário. E começa a dizer: “isso é de menina”, “não quero dessa cor, vão pensar que meu filho é boyola”, “achei isso afeminando”, e por assim vai.

As frases no pré-natal já vem recheadas desse machismo velado na sociedade: “Vai ser pegador igual o papai”, “Ainda bem que não é mulher, Deus que me livre de ser fornecedor” e “Tinha que vir um herdeiro”.

Logo nasce o rebento e a sociedade fala em coro: “Cuidado com esse menino brincando de boneca, não sei não”, “Engole o choro, menino. Homem não chora.”, “Chorando… é macho ou o quê?”, “Está chorando igual mulherzinha, menina que chora. Homem é forte e não chora”. Ou seja, chorar é igual “ser fraco”.

Convido vocês, leitores, à reflexão: as emoções têm sexo?

Pois bem, as emoções não tem sexo, credo, religião ou partido político. E, infelizmente, pouco se sabe delas. Como surgem, quando, por quê, como são, qual a sua medida, etc.

As emoções perpassam o racional e o racionalizável. Elas adentram o mundo que existe dentro da pele de cada um. O que eu sinto, por mais que eu tente explicar em palavras, você jamais poderá saber exatamente ou mensurar. Por um segundo, pode ser que você tente estimar, medir e especular, mas jamais será exatamente igual ao que eu sinto.

O sentir é, e sempre será, único e subjetivo ao indivíduo. Então, por que afirmar que “o homem não chora” ou “não pode chorar”? Porque é mais cômodo e fácil negar os sentimentos e emoções ao compreendê-los e aceitá-los. É melhor negar que ter que admitir a não compreensão das emoções e sentimentos.

E a Psicologia entra, na maioria das vezes, quando o sofrimento se torna insuportável e  começa a atrapalhar de forma significativa a vida do indivíduo.

Independentemente do sexo da pessoa, chorar é a expressão de um sentimento único de um indivíduo. E expressão dos sentimentos e emoções é muito importante para a saúde do seu estado psíquico. É por meio dela que o estado psiquico atinge o equilíbrio, pois a repressão pode levar ao adoecimento psicológico, mental ou físico. Este último, por meio das somatizações.

Está aí a importância de chorar. Manter a saúde. E através do esclarecimento, é esperado que as barreiras da ignorância sejam quebradas. Ignorância, no sentido de ignorar o conhecimento. Então, a partir de hoje, proponho que o choro ou qualquer expressão de sentimentos, vindas de homem, mulher, criança, adolescente ou idoso, sejam VALORIZADOS e jamais taxados injustamente pelo preconceito que ultrapassa os anos. Então, valorize seus sentimentos e emoções. Eles são únicos e muito especiais! Afinal, são eles que dão as cores e nuances da sua história e fazem de você o ser humano que é.

Juliana Alves

Bacharel em Direito,PUC-GO e Graduanda do 10º Período de Psicologia, IESB-DF. Escritora na área de Psicologia, Psicanálise e Psicopedagogia. Pós Graduada em Gestão Estratégica em Instituições Públicas e Psicopedagogia.

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