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Mecânico da Voepass revela que sabia que avião iria cair: “A gente avisava”

Na última terça-feira (11), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as operações da Voepass, empresa aérea que ficou tristemente conhecida pelo acidente de 9 de agosto de 2024, quando um avião ATR-72-500 caiu sobre a cidade de Vinhedo, a 80 km de São Paulo, matando 62 pessoas. A medida ocorre em meio a graves denúncias sobre falhas na manutenção das aeronaves da companhia.

Pouco menos de um mês após a tragédia, um relatório preliminar do Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou que havia uma formação excessiva de gelo no voo fatal. O avião não baixou altitude para derreter o acúmulo, como recomendado, e os sistemas que deveriam expulsar o gelo das asas falharam, comprometendo a estabilidade da aeronave. O ATR-72-500 entrou em um raro “parafuso chato”, perdendo sustentação até a queda.

Em uma entrevista ao Fantástico deste domingo (16), um mecânico que trabalhou na Voepass antes e depois do acidente revelou que já previa a tragédia e que a equipe de manutenção alertou diversas vezes sobre os riscos.

“O avião dava muita pane”

O mecânico, que não teve sua identidade revelada, relatou problemas crônicos na gestão da manutenção da empresa. Segundo ele, a Voepass não fornecia suporte adequado, incluindo falta de ferramentas e componentes essenciais para a segurança dos voos.

“A gente avisava que o avião estava ruim, a manutenção sabia que o avião estava ruim, a manutenção reportava, falava, avisava, e eles [alta chefia do centro de controle de manutenção] queriam obrigar a gente a botar o avião para voar”, denunciou o ex-funcionário.

Ele revelou ainda que o avião acidentado, conhecido como “Papa Bravo” devido às letras finais do prefixo, era recorrente em problemas técnicos e era motivo de preocupação para a equipe.

Esconderijo de aeronaves e canibalização de peças

Outro ponto levantado pelo mecânico foi o estado de abandono de algumas aeronaves da Voepass. Imagens obtidas pelo Fantástico em dezembro mostraram aviões parados em um matagal na sede da empresa, em Ribeirão Preto. Segundo o mecânico, essas aeronaves eram desmontadas aos poucos para fornecer peças a outras ainda em operação, uma prática chamada de “canibalização”. Embora essa técnica não seja ilegal, ele afirma que, na Voepass, era feita sem os devidos controles.

“Aqueles aviões estavam cobertos com lona porque a ANAC ia fazer uma vistoria. Eles estavam escondendo da ANAC”, denunciou.

O que diz a Voepass

Em nota, a Voepass afirmou que pretende retomar suas atividades o mais rápido possível e que a segurança sempre foi prioridade em seus 30 anos de operação. A companhia destaca que o relatório preliminar do Cenipa confirmou que a aeronave do voo 2283 estava com certificação válida e todos os sistemas em funcionamento.

Sobre a manutenção das aeronaves, a empresa defende que a reutilização de componentes entre aviões é uma prática permitida, desde que haja certificação e rastreabilidade adequadas. A Voepass nega irregularidades e afirma seguir todos os protocolos regulatórios, rechaçando também a acusação de ter escondido aeronaves de fiscalizações.

A Anac ainda não informou se as novas denúncias influenciarão na decisão sobre a retomada dos voos da empresa.

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