CORONAVÍRUS

Muito stress em casa? Cuide de sua saúde mental

Por Kaynã de Oliveira, Jornal da Usp

As pandemias estão presentes na história humana, como a peste bubônica, a gripe espanhola e a H1N1. Com todo o planeta em estado de alerta diante da crise sanitária e econômica causada pelo novo coronavírus, muitas pessoas têm corrido a farmácias e supermercados para estocar produtos, o que, segundo especialistas, são ações advindas dos sentimentos de autopreservação, do medo e alarmadas pelas fake news.

Segundo o professor Andrés Eduardo Aguirre Antúnez, do Instituto de Psicologia da USP, a situação atual é nova para a população em geral devido à proporção, que faz com que os seres humanos sejam colocados numa situação de precisar enfrentar a vulnerabilidade:

“Isso não é fácil. As pessoas vão reagir das mais diversas formas. Têm pessoas que estão se preocupando muito, e com razão, e têm pessoas que não estão levando a pandemia a sério e só vão levar quando alguém próximo for acometido, ou mesmo a própria pessoa. Tudo isso gera ansiedade, depressões e há uma eclosão de sintomas psicológicos que são expressões do sofrimento, do medo”.

Em meio às crises, as fake news são usadas como ferramenta de alarmismo e colaboram diretamente para a generalização do medo. Antúnez diz que a internet tem modificado as relações humanas e alterado as formas de se viver a temporalidade, o que torna mais fácil, no sentido da objetividade, ler notícias rápidas, tomar como verdade e espalhar desesperadamente. O professor ainda comenta que os seres humanos têm perdido a calma de procurar a informação em meios confiáveis e, portanto, é essencial buscar notícias verdadeiras e apuradas seriamente.

O professor Brasílio João Sallum, do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, fala que o medo generalizado também é causado pelo pavor de um possível desabastecimento. “Como as recomendações são para se isolar, então é compreensível que todo mundo queira estocar alimentos. Mas claro que isso pode fazer com que algumas pessoas fiquem sem recursos, sem alimentos, sem meio de sobrevivência.” Sallum comenta ainda que a exacerbação do medo e o aumento do comportamento de reclusão impactam as atividades econômicas, que, segundo ele, vão se reduzir de qualquer forma, mas, se a redução for drástica, poderá afetar a reposição de produtos.

Photo by Norbert Kundrak on Unsplash

 

REDAÇÃO PSICOLOGIAS DO BRASIL

Os assuntos mais importantes da área- e que estão em destaque no mundo- são a base do conteúdo desenvolvido especialmente para nossos leitores.

Recent Posts

Ana Maria Braga fala sobre sua única ida ao psiquiatra: ‘Não paguei a consulta’

"Não paguei a consulta, fui embora e nunca mais voltei em psiquiatra nenhum. Que falta…

21 horas ago

Idosa com Alzheimer tem raro momento de lucidez ao ver filho se formar aos 57 anos anos

"Em 10 minutos ele vai esquecer, mas a expressão de orgulho em seu rosto diz…

22 horas ago

Homem diz que se recusa a levar babá do filho na primeira classe para férias em família

Um homem causou polêmica ao relatar que a babá de seu filho ameaçou pedir demissão…

3 dias ago

Bebê Rena: Psicólogas explicam por que Martha escrevia aquela frase no final das mensagens

Em 'Bebê Rena', Martha sempre termina as mensagens enviadas a Donny com a seguinte frase:…

3 dias ago

‘Uma pedra de gelo tem mais sentimento’, diz avó sobre neta envolvida na morte dos pais e do irmão

A avó materna de Anaflávia Gonçalves, responsável pela morte de seus próprios pais e irmão…

4 dias ago

Caso Tio Paulo: Justiça concede liberdade a mulher que foi presa após levar idoso morto ao banco

Erika de Souza Vieira Nunes, acusada de conduzir o corpo de seu tio falecido a…

4 dias ago