Por Carolyn Gregoire
Muita gente sente que “perde o controle” durante o clímax de um encontro sexual e as pesquisas nos mostram que essa é uma descrição bem apropriada ao que acontece no cérebro. No estudo publicado recentemente na revista Socioaffective Neuroscience & Psychology, Adam Safron, neurocientista da Universidade de Northwestern, propôs que a natureza rítmica da atividade sexual dá origem a um estado de transe que envolve a absorção sensorial total e perda da autoconsciência.
Ele compara esse processo a “empurrar alguém em um balanço” pois a natureza rítmica da estimulação sexual pode fazer com que os neurônios no cérebro oscilem na mesma frequência. É conhecido como “arrastamento neural”. Se a estimulação é intensa e suficientemente prolongada, então a atividade sincronizada pode se espalhar por todo o cérebro.
Tal sincronização pode criar um estado de atenção focada que silencia a autoconsciência normal, permitindo que “nós nos percamos” no momento. Temos acesso ao estado sensorial de absorção durante o transe sexual, que pode desenvolver uma intensidade na experiência que desencadeia o clímax. Da perspectiva da neurociência, o sexo pode ser um estado alterado de consciência e talvez até uma forma de prática meditativa, de acordo com Safron, que estuda a base neurológica da preferência sexual.
“Essa forma de perceber uma experiência sexual é bem diferente de, mas consistente com, conceituar o sexo somente em termos de desejo, prazer e excitação”, disse ao The Huffington Post. “Eu imagino que ver a sexualidade como um tipo de estado alterado de consciência poderia ajudar as pessoas a verem o sexo como algo extraordinário, potencialmente ajudando a que tenham uma maior apreciação pelos seus parceiros e possivelmente até ajudando a prevenir que o sexo perca seu fascínio”.
Isso se encaixa com o que sabemos sobre orgasmos. Eles geralmente resultam do estímulo rítmico das partes do corpo com muitos receptores sensoriais. Alguns estudos sobre o clímax sexual têm mostrado que as regiões do cérebro envolvidas em uma cognição de alta capacidade e função executiva se desativam, sugerindo uma “perda de controle” temporária.
Dessa forma, a atividade sexual pode ser comparada à música e dança ― pois envolvem a habilidade de se perder em um ritmo e possivelmente acessar um estado alterado de consciência. Em várias culturas primitivas, os antropologistas descobriram evidência de ritmo em tambores, cantos, cânticos e dança usados para entrar em estados de transe.
A conclusão? Ficar mais atento ao ritmo poderia ser uma forma poderosa de melhorar sua vida sexual. “A habilidade de manter e ajustar os ritmos de forma precisa, e com variedade, ajuda a transformar uma pessoa em um excelente dançarino e um excelente amante”, disse Safron. “Focar nos aspectos rítmicos da sexualidade poderia fazer com que as pessoas aproveitassem mais o sexo e a serem o tipo de amantes que gostariam de ser”.
Imagem de capa: Shutterstock/Suchota
TEXTO ORIGINAL DE BRASILPOST
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