A imbecilidade se caracteriza pela falta de inteligência em decorrência da perturbação da psique, manifestando-se nas palavras e crenças de certos sujeitos, que os condenam a ignorância. Ela está associada à violência, como alertou o físico Albert Einstein: “O homem livre, criador e sensível modela o belo e exalta o sublime, ao passo que as massas continuam arrastadas por uma dança infernal de imbecilidade e de embrutecimento”.
Hoje, as redes sociais cedem espaço a dança infernal da globalização da desinformação, da glamorização da violência, da negação da ciência e da renúncia dos valores civilizatórios. O filósofo Umberto Eco anteviu que “as mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade”.
Não há nenhuma dúvida, de que as mídias sociais se transformaram em uma colossal arena pública de ideias, um feito extraordinário. Apesar disso, elas são usadas como um tribunal de acusação, sem direito a defesa, onde os discursos reducionistas desqualificam os que pensam diferentes.
Aliás, uma das leis da imbecilidade são as teorias da conspiração que impulsionam os protestos relativos à covid-19, que criam um clima ainda mais sombrio à vida social, já tão afetada pela crise sanitária e suas consequências econômicas.
Assim, as pessoas são julgadas automaticamente e “queimadas na fogueira”. É um moralismo, sem limites, que retira o direito ao contraditório e destrói a reputação de personalidades ou empresas. A tendência de atacar os outros ficava restrita nas salas de reuniões, mas agora recorre à internet para explorar o medo do coronavírus e destruir a credibilidade das instituições políticas, jornalísticas e científicas.
Do ponto de vista psicanalítico a imbecilidade e as teorias da conspiração se constituem em uma transferência exagerada dos sentimentos de raiva ou frustração, que levam a uma competição que deve ter um vencedor e um perdedor, que não se importa com os danos causados por esse “cabo-de-guerra.”
Porém, estamos pagando um alto preço para aprender a lidar com a conexão da vida real com a vida virtual, que exigem o equilíbrio dos nossos sentimentos e vontades, como diz o ditado: “o seu direito acaba onde começa o dos outros”, que envolve bom senso e ética, ou seja, os direitos e deveres assegurados em lei.
Afinal, as pessoas sensíveis e criadores sabem modelar o belo e exaltar o sublime no mundo real e no mundo virtual, pois não entram nessa dança infernal. É como disse o jornalista Carlos Castelo: “O sábio pensa, o sensato pondera, o imbecil posta fake news,” que só alimenta o rancor, o ódio e a sede de vingança.
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Jackson César Buonocore é sociólogo e psicanalista
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