Jogo Patológico

O sonho de ganhar: por que as pessoas jogam na loteria?

A maior parte da população, em todo o planeta, tem problemas financeiros. Isso não é nenhuma surpresa. Em um país onde a mobilidade social é mínima, como o Brasil, a possibilidade de ficar rico, tendo nascido pobre é quase nula. Só existem 3 maneiras, basicamente:

– Ter talento no futebol;

-Ter talento nas artes – principalmente na música – ainda mais nos estilos populares;

– Jogando na loteria.

Ganhar muito dinheiro, honestamente, de qualquer outra forma é estatisticamente difícil.

Acontece apenas se o indivíduo tiver nascido com alguma característica especial muito evidente, como ser um inventor, um revolucionário nos negócios ou em vendas.

Se a pessoa não possui nenhum destes talentos especiais, resta a loteria. E ela acaba jogando nas mais diversas modalidades durante toda a vida, mesmo que as chances de conseguir prêmios atraentes sejam muito pequenas. A única maneira de conseguir ganhar é jogando, não é mesmo? “Toda semana alguém ganha, então por que não eu?”, afirmam.

Os maiores jogadores lotéricos geralmente são das camadas mais humildes da população – o que não impede que um rico ou milionário também se arrisque, é claro – o que leva ao raciocínio seguinte: quanto mais ele joga, mais pobre ele fica.

Os jogadores são otimistas por natureza. Preferem ver o lado cheio do copo, não adianta muito falar das probabilidades mínimas. Ao vermos ganhadores esbanjarem o que conseguiram, nosso cérebro começa a funcionar de maneira a tê-lo como exemplo, apesar dos inúmeros perdedores ao lado.

Esta maneira positiva de encarar a vida, os problemas, faz bem em outros momentos da vida, além de estar inserida apenas no mundo das apostas. Nada indica, além do pensamento mágico, que pelo fato de alguém ter vencido, você também conseguirá. Ou se você jogou quatro vezes, na quinta será sua vez de ganhar. Mas o jogador acredita!

O apostador se ilude ao marcar o número 4 e perceber que o 5 foi sorteado. “Eu cheguei perto”, pensa consigo mesmo. “Vou jogar nas datas de aniversário dos meus filhos! Elas me darão sorte!”. Mas a estatística prova que não há diferença em jogar nos mesmo números ou em escolhas aleatórias.

As chances de qualquer dezena ser sorteada é a mesma. Existe a possibilidade de deixar o computador escolher os números pelo apostador, mas a modalidade – conhecida no Brasil como Surpresinha – é bem menos utilizada do que os velhos números de sempre, um apego supersticioso e emocional.

É muito comum ver pessoas que jogam há décadas, em modalidades diferentes, valores diversos e os números de sempre, com a esperança de um dia acertar. Esta armadilha social prende muitos jogadores por tempo demais. E muitos justificam este investimento de uma vida – quase sempre sem retorno – como um passatempo.

Se as mesmas quantias fossem investidas num fundo de investimento, por exemplo, ao final destas décadas, o indivíduo teria conseguido amealhar uma pequena fortuna tal qual a da loteria ou até mais. Falta, no entanto, os componentes que viciam: O lúdico e o onírico. O sonho de ficar rico da noite pro dia é muito grande!

Uma boa opção, para quem quer economizar dinheiro, ao invés de apostá-lo, pode acontecer se empresas do mundo dos investimentos trouxerem uma ideia surgida nos Estados Unidos para o Brasil. Trata-se de uma espécie de poupança que premia as pessoas que preferirem guardar o dinheiro.

Enquanto a pessoa poupa parte do salário, ela participa de sorteios instantâneos muito vantajosos. Uma ideia brilhante que pode vir a atrair um público que dificilmente guardaria alguma quantia. Ninguém perderia nada! Resta esperar que chegue por aqui.

REDAÇÃO PSICOLOGIAS DO BRASIL

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Tags: loteria

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