Olá Maurício! Gostei dessa abordagem sobre a necessidade de se expandir o diálogo sobre o tema drogas.  Durante minha experiência profissional de Psicólogia, percebi que o que falta para a comunidade é a informação dos malefícios da substância e consequências comportamentais  do uso contínuo das drogas.  Mas o que vi acontecer foi a falta de compreensão dos médicos,  que ainda não estão preparados para um trabalho multidisciplinar, prejudicando o trabalho de reestruturação dos pacientes dependentes químicos.  Preocupados com seu tempo de trabalho, não se colocam à disposição do trabalho em conjunto, avaliando dosagens de medicamentos antidepressivos e a necessidade de ter uma avaliação orgânica mais complementar.  Acredito que o sistema de saúde ainda não se qualificou para a forma de atendimento multidisciplinar.  Esse é um tema bom de se comentar aos pacientes dependentes, sobre a necessidade de buscar apoio nos diversos campos da saúde para o sucesso do tratamento.  Caso contrário não haverá um sucesso esperado do paciente.

Boa tarde, Cristiane!
Partilho de suas preocupações. Acredito que o problema do atendimento médico precário se deve em grande parte (mas não só) a um viés das próprias gestões (municipais ou OSS) que cobram do médico grandes quantidades de atendimentos centrados apenas no preenchimento de receitas e elaboração de laudos. Quando trabalhei em CAPS para dependência química, a maior resistência que encontrei para implementar grupos terapêuticos de usuários e de familiares veio por parte dos próprios gestores, que queriam “priorizar” meu tempo só para atendimentos “clínicos”, ou seja, receitas e laudos.
Sugestões de temas, dúvidas sobre algum conceito de nossos artigos? Participe da nossa nova coluna “Pergunte ao Psiquiatra”! Envie um e-mail para: mauricio.psicologiasdobrasil@gmail.com, que nosso colunista Dr. Maurício Silveira Garrote terá o prazer de respondê-lo!
Maurício Silveira Garrote

Médico especialista em Psiquiatria Clínica pelo HC FMUSP (1985) e Mestre em psicologia clínica pela PUC-SP, com a tese "De Pompéia aos Sertões de Rosa: um percurso ao longo da Clínica Psicanalítica de pacientes com diagnóstico de Esquizofrenia" (1999).

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