O “ouvir vozes” não nasce do nada: um novo trabalho indica que o problema está na forma como o cérebro prevê a própria fala interna. Quando essa previsão falha, o que seria um pensamento silencioso passa a soar como se viesse de fora.
A partir daí, as alucinações verbais ganham corpo — e a pesquisa abre caminho para medir esse mecanismo de forma objetiva.
O estudo, conduzido por psicólogos da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), testou uma hipótese antiga com uma abordagem direta.
A equipe investigou como o córtex auditivo reage à fala interna — aquela “narrativa mental” que acompanha decisões, planos e percepções — e comparou essa resposta entre pessoas com e sem histórico de alucinações auditivas.
Para entender o que acontece no instante do pensamento, os pesquisadores usaram eletroencefalograma (EEG) enquanto participantes ouviam palavras por fones e, ao mesmo tempo, imaginavam pronunciar as mesmas palavras.
Em situações normais, o cérebro “antecipa” o som da própria voz e reduz a atividade do córtex auditivo quando o que se pensa combina com o que se ouve — o mesmo efeito de supressão que ocorre ao falar em voz alta.
O desenho incluiu cerca de 140 voluntários divididos em três grupos:
Nos participantes sem esquizofrenia, quando o áudio correspondia à palavra imaginada, o EEG registrou a supressão esperada no córtex auditivo — sinal de que a previsão funcionou.
Entre os pacientes que haviam tido alucinações verbais, ocorreu o oposto: em vez de atenuar, o cérebro aumentou a resposta ao som quando coincidiu com a fala interna.
É como se o sistema de previsão tivesse falhado e a própria voz mental fosse tratada como voz alheia. O grupo com esquizofrenia sem alucinações apresentou um padrão intermediário, sugerindo um gradiente de alteração nesse mecanismo.
O resultado reforça a ideia de que as alucinações auditivas decorrem de uma quebra no circuito de predição sensorial — um ajuste fino que, no dia a dia, separa pensamento de percepção.
Ao transformar um marcador teórico em medida fisiológica, o trabalho cria perspectiva para detecção precoce: se o EEG captar esse padrão invertido em pessoas com risco clínico, intervenções podem ser direcionadas antes do agravamento do quadro.
Além do potencial diagnóstico, os achados ajudam a explicar por que as “vozes” soam tão convincentes. Sem a supressão interna, a fala mental ganha assinatura de estímulo externo, o que casa com relatos de pacientes de que as vozes parecem ter fonte e identidade próprias.
Essa pista biológica pode orientar terapias que visem recalibrar a previsão da fala interna, seja por treino cognitivo, neuromodulação ou estratégias farmacológicas alinhadas a esse mecanismo.
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