Baseado no livro com o mesmo nome de 2003, do escritor Lionel Shriver,  este filme talvez tenha passado despercebido de muitos, como acontece com a quina em relação à megasena, por exemplo, mas pode ter certeza de que ao assisti-lo, o espectador se sentirá enriquecido como um ganhador de loteria. O motivo principal disto acontecer é o ineditismo de seu tema.

Já existem muitas obras que retratam o depois, o que acontece com as famílias que sofrem grandes tragédias ou perdas. Há vários outros, também, que tratam do durante, do momento em que assassinos cometem crimes em série, ou seu início, como o bullying na escola e animais maltratados.

Este filme, em especial, foca na família do assassino. Centrada na visão de uma mãe como outra qualquer, que conhece um homem, forma uma família, tem dois filhos e, a seguir, vê seu universo, comum e absolutamente anônimo, mudar por causa do filho problemático.

É impossível entrar em detalhes sem contar a história mostrada pelo longa metragem dirigido por Lynne Ramsay, e interpretado com maestria por Tilda Swinton – indicada ao Globo de Ouro pelo papel – e John C. Reilly, além de Ezra Miller, como Kevin adolescente.  É de tirar o chapéu a performance de todos os três.

Todos os momentos são retratados, de forma não linear, pela película, seja a perplexidade, a ignorância, a desconfiança, a culpa e um novo recomeço. Tudo isso numa comunidade que ao invés de acolher a mãe como mais uma vítima da tragédia que se abateu sobre todos, a trata como uma das principais culpadas pelo que aconteceu.

O absurdo de toda a situação é mostrado com maestria durante 112 minutos. O filme foi realizado em 2011. Precisamos falar sobre Kevin é quase um tratado sobre psicopatia e relacionamentos familiares. Ele chegou a chocar a plateia do Festival de Cannes, onde foi lançado, pelo inusitado tema.

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