Marcel Camargo

Que a paz que vem de dentro possa desarmar a tempestade que vem de fora

O mundo anda bem complicado, a cada dia mais difícil de ser entendido, em toda a sua complexidade, em toda a sua violência, ignorância, falsidade e valorização do que é inútil. Esvaziam-se as essências humanas, enquanto avultam o consumismo desenfreado e a supervalorização do poder de compra. E seguimos lotados de quinquilharias, tanto materiais quanto emocionais.

Difícil é encontrar um momento de tranquilidade nessa correria toda. Difícil é encontrar alguém que saiba ser acima do que possa comprar ou estampar visualmente. Difícil é regar amor com afeto, onde só se encontra aridez sentimental. Procuremos, então, dentro de nós, a paz por que tanto ansiamos, mantendo firmes nossos valores e crenças, alimentando nossos corações com o que realmente importa.

Seja a paz que você almeja, o exemplo que seu discurso prega, o amor que deseja para a sua vida. Seja doce, positivo, seja grato, quem chega somando. Só não seja igual a quem você critica, não seja pior do que o outro. Não seja desesperança para ninguém, pois tem gente que o ama e torce por você, todos os dias.

Quando a maldade não encontra recanto algum em nós, fica mais fácil para a felicidade chegar e se instalar. Às vezes, ela parecerá ter sumido, mas estará sempre alerta e, quando mais precisarmos, mesmo sem esperarmos, a felicidade convidará a bênção para nos visitar e, junto com ela, florescerá a gratidão – e então tudo se completará. Porque nada é fácil, tampouco simples, e poucas coisas valerão a pena guardarmos na memória, mas fé e amor dignificam qualquer existência.

Enfim, que saibamos com o que nos importar, o que deve ser guardado no coração e o que nunca deverá entrar nele. Que não escondamos a verdade e não enterremos o passado sem resolvê-lo. Que nos conscientizemos de que o tempo – senhor da razão – traz as verdades e cura as feridas, embora seus resultados quase nunca sejam imediatos. Que haja amor e fé em nossos recomeços e que sempre haja recomeços, pois somos todos seres inacabados. Assim seja!

Imagem de capa:  Anna Om/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

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