Redes sociais deixam 7 milhões de britânicos “deprimidos” ao ver vida perfeita de seus amigos

Por Louise Ridley

 

Quase 7 milhões de pessoas ficam deprimidas quando acompanham a vida de seus amigos nas mídias sociais, revelou uma pesquisa, apontando que sites como Facebook e Twitter podem levar seus usuários a sofrer tristeza e sentir-se excluídos. Segundo a pesquisa realizada pela Opinium, uma em cada cinco pessoas – ou seja, 20% – disse que se sente deprimida quando acompanha a vida de seus amigos online.

Um especialista aconselhou as pessoas a reduzir o tempo passado nas mídias sociais, para “recuperar um pouco de controle” sobre sua própria vida.

São 6,9 milhões de pessoas que se sentem deprimidas com aquilo que os pesquisadores descrevem como o “jogo da vida” online: comparar-se constantemente com os posts deixados por outras pessoas e apresentar sua própria vida em atualizações frequentes. Das pessoas entrevistadas, 56% admitiram que “perseguem” seus amigos, colegas e ex-companheiros online.

Mais de metade (56%) das pessoas entrevistadas disse que sente pressão para usar as mídias sociais constantemente, e 10% delas revelaram que ficam deprimidas quando veem imagens de seus amigos se divertindo, sendo que elas próprias não têm nada melhor a fazer.

A mesma parcela dos entrevistados sente infelicidade quando vê seus amigos saindo-se “melhor” que elas em matéria profissional, familiar ou financeira. Nove por cento dos entrevistados disseram que ficam deprimidos quando veem as vidas “emocionantes” que seus amigos e contatos parecem ter.

De acordo com a pesquisa, uma em cada dez pessoas diz que fica envergonhada se um post que deixa nas mídias sociais não recebe curtidas, comentários, indicação como favorito ou se não é retuitado. Uma em cada seis pessoas de 18 a 34 anos chega a tirar um post do ar se ele não recebe nenhuma interação.

Encomendada pela Privilege Home Insurance, a pesquisa revelou outros comportamentos negativos também: a maioria dos usuários das mídias sociais (56%) admitiu que “persegue” online seus antigos amigos, colegas de trabalho e parceiros, e 7% deles disseram que nunca postaram uma foto deles próprios sem primeiro retocá-la ou acrescentar um filtro.

“O Facebook não passa de ficção de qualquer maneira. Todo o mundo sabe disso.”

Martin Talks é fundador da Digital Detoxing, que opera programas para “desconectar” pessoas. Ele disse ao HuffPost UK: “Acho que há uma correlação forte entre a quantidade de tempo que as pessoas passam online e os casos de pessoas que se deprimem porque acham que outras pessoas estão se divertindo mais online”.

Talks recomenda que você analise o tipo de amigos que tem no Facebook: “Se são o tipo de pessoa que vive postando imagens de sua vida perfeita, talvez você possa intervir. Na realidade, se fosse eu, eu deixaria de ser amigo de muita gente.”

“Essas pessoas não são suas amigas, na verdade. As pessoas não têm tantos amigos assim na vida real. Assim, o Facebook não passa de ficção de qualquer maneira – todo o mundo sabe disso. O mais importante é tentar recuperar o controle sobre sua própria vida nesse aspecto.” Quase um terço dos entrevistados na pesquisa – 28% — admitiu que sente pressão para postar conteúdos interessantes, enquanto 21% disseram que se sentem pressionadas para manter sua foto de perfil atualizada.

Sentir compulsão de verificar o que seus amigos andam fazendo é a experiência de 40% dos entrevistados. Mais de um terço – 36% — sente-se na obrigação de gostar da foto de perfil de um amigo, suas fotos, seus comentários, posts ou tuites.

O comentário da Martin Talks, da Digital Detox: “A meu ver o mais importante é reduzir o tempo que você passa nas mídias sociais. Seria perfeito se você pudesse deletar os aplicativos de mídias sociais do seu telefone. Olhamos nosso telefone em média 150 vezes por dia. É uma loucura. Acho que no futuro vamos olhar para trás e achar uma insensatez passar tanto tempo olhando para nossas telas.”

“Acho que no futuro vamos olhar para trás e achar isto uma insensatez.”

Talks defende uma “desintoxicação digital” total, em que as pessoas desligam seus aparelhos digitais completamente. Mas fala que uma medida menos extrema seria “simplesmente adotar um pouco de disciplina: não ceder sempre aos apelos dos bipes, vibrações ou outros sons do seu telefone. Apenas olhe para o telefone em momentos determinados. Não olhe logo ao acordar nem logo antes de se deitar, senão seu dia vai começar e terminar mal.”

A pesquisa também perguntou aos entrevistados sobre as regras implícitas vigentes nas mídias sociais. Descobriu que hábitos como desejar “feliz aniversário” publicamente a um amigo nas mídias sociais é algo que 25% das pessoas sentem que precisam fazer, mesmo que já tenham falado pessoalmente com o aniversariante. Uma parcela semelhante dos entrevistados – 22% — disse que se sente na obrigação de aceitar quando um colega de trabalho pede para ser seu amigo.

A Opinium entrevistou 2.018 adultos no Reino Unido em março e calculou a estimativa de 6,9 milhões de pessoas, expressando esse número como porcentagem do número de usuários das mídias sociais no país.

TEXTO ORIGINAL DE BRASIL POST

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