Jackson César Buonocore

“Se seu coração é grande, nenhuma ingratidão o flecha, nenhuma indiferença o cansa”

A ingratidão é um erro grave cometido contra aquele que ajudou o ingrato, que se transforma num sentimento doloroso de decepção, abrindo-se uma ferida na alma. Não é por acaso, que escritores, poetas, teólogos e filósofos criticam os comportamentos que denotam a ingratidão.

Muitas pessoas se queixam que investiram emocional ou financeiramente nos relacionamentos com os filhos, cônjuges, namorados, parentes, amigos, colegas, sócios e outros, porque perceberam que foram enganadas por atitudes de ingratidão, que muitas vezes são vistas como uma traição.

Então, surgem as dúvidas: Por que certos filhos são desleais com o coração dos pais? Por que alguns cônjuges, parentes, amigos e sócios traem a nossa confiança? Foi por desamor? Houve falta de humildade dos ingratos? Johann Wolfgang Von Goethe, filósofo alemão, responde com firmeza esses questionamentos: “Ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato.”

Não há dúvida, que a alma e o coração das pessoas generosas sofrem com a ingratidão, visto que se sentem desconsideradas ou tratadas com desrespeito. No entanto, a maturidade emocional nos mostra que devemos sair do ciclo de danos, que causa a ingratidão. E, além disso, precisamos entender que ela faz parte inexorável das adversidades da vida.

Por outro lado, não podemos conceder a generosidade, que pode ser material, econômica e afetiva, esperando receber reconhecimento seja de quem for. Aliás, é importante ter em mente que existe gente inescrupulosa, que se faz de “coitadinha”, para receber algum benefício sem fazer nenhum esforço para merecê-lo. É como afirmou Jesus: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas”.

Sendo assim, não podemos esperar a gratidão pelos nossos gestos de bondade, uma vez que vivemos numa sociedade imediatista, que tem uma memória curta, onde impera o “toma lá dá cá”. Leon Tolstói, escritor russo, nos ensina: “Se seu coração é grande, nenhuma ingratidão o flecha, nenhuma indiferença o cansa.”

Enfim, sabemos que existem sujeitos ingratos e não temos como mudar isso, contudo, nós podemos ser gratos, que é uma postura ética de seres humanos – que agem com reciprocidade – com seus semelhantes, um conceito presente em várias culturas e religiões, como uma norma de convivência saudável. É como disse o líder espiritual Dalai Lama: “Cultivar estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão decididamente conduz a melhor saúde mental e a felicidade”.

Jackson Buonocore
Sociólogo e psicanalista

Photo by Anastasia Vityukova on Unsplash

Jackson César Buonocore

Jackson César Buonocore Sociólogo e Psicanalista

Recent Posts

Você sabe o que ela ganha? Comissária de Dubai abre salário e benefícios inacreditáveis de companhia aérea

Comissária de bordo viraliza mostrando salário real e benefícios de luxo em companhia de Dubai…

2 horas ago

“Eu odiava feministas — até entender por quê”: a reviravolta de Cíntia Chagas emociona e divide opiniões

Antifeminista arrependida? Cíntia Chagas explica o que a fez repensar tudo sobre o movimento

2 horas ago

Procuro psicóloga com experiência e preço justo em Socorro e região: Josie Conti

Com atuação nacional e internacional e mais de 20 anos de experiência, Josie Conti, psicóloga…

4 horas ago

Fazer terapia é caro — mas o custo de não se tratar pode ser muito, muito maior

Estudos mostram que o custo de não tratar transtornos mentais é até 10x maior que…

12 horas ago

O segredo das mulheres de 50 que parecem ter 40: os 7 cortes que fazem toda a diferença

Quando o cabelo começa a ficar mais fino ou perde densidade, a escolha do corte…

2 dias ago

Novo tratamento com nanopartículas remove placa do Alzheimer e reverte a doença em testes de laboratório

🚨 Cientistas criam tratamento que reverte a perda de memória causada pelo Alzheimer em testes…

2 dias ago