Coçar os olhos é uma ação quase automática, principalmente em situações de cansaço, alergia ou exposição à poeira. No entanto, esse gesto cotidiano pode ter consequências graves para a saúde ocular. Segundo especialistas, o hábito pode causar desde pequenas irritações até doenças progressivas e potencialmente irreversíveis, como o ceratocone.
“A pressão repetida sobre os olhos durante a coceira pode enfraquecer e deformar a córnea, que é a lente transparente que cobre a parte frontal do olho. Isso pode levar ao ceratocone, uma condição em que a córnea assume um formato cônico e irregular, prejudicando seriamente a visão”, explica o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier.
O ceratocone é uma doença degenerativa que afeta principalmente adolescentes e jovens adultos. Ainda que sua causa exata seja multifatorial — incluindo predisposição genética — o ato de coçar os olhos é considerado um dos principais fatores agravantes.
“Pacientes com alergias oculares, como conjuntivite alérgica, tendem a coçar mais os olhos, e isso eleva significativamente o risco de desenvolver ceratocone. Quanto mais precoce o início do hábito, maior o risco de progressão”, alerta o Dr. Renato Neves, médico oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.
Em casos avançados, o ceratocone pode exigir um transplante de córnea, especialmente quando há afinamento extremo e comprometimento severo da visão.
Além das alterações estruturais na córnea, o atrito causado pelas unhas ou pelos dedos, que nem sempre estão limpos, pode resultar em microlesões e facilitar a entrada de agentes infecciosos.
“Nossos dedos e mãos carregam bactérias e vírus, especialmente em ambientes públicos ou após o uso de celulares. Coçar os olhos sem lavar as mãos é um convite para infecções como a conjuntivite viral ou bacteriana”, afirma a Dra. Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças infecciosas oculares continuam sendo uma das principais causas de cegueira evitável no mundo. Pequenas ações de higiene, como evitar coçar os olhos e lavar as mãos regularmente, podem ter impacto direto na prevenção desses quadros.
O ato frequente de coçar os olhos também pode causar:
Hemorragias subconjuntivais: pequenas veias podem se romper, resultando em manchas vermelhas na esclera (parte branca dos olhos);
Escurecimento ao redor dos olhos: causado por inflamação crônica e pigmentação da pele;
Queda de cílios e enfraquecimento das pálpebras: devido ao atrito contínuo.
Controlar a vontade de coçar os olhos pode ser difícil, especialmente para pessoas com alergias. Nesses casos, buscar orientação médica é essencial. O uso de colírios antialérgicos ou lubrificantes pode aliviar a coceira sem provocar traumas mecânicos.
“O ideal é usar compressas frias ou colírios prescritos para acalmar a sensação. Além disso, é importante tratar a causa da coceira — como alergias ambientais ou ao uso prolongado de telas — para evitar o sintoma”, recomenda o Dr. André Borba, oftalmologista do Hospital de Olhos de Brasília.
Embora pareça inofensivo, coçar os olhos pode ser um hábito perigoso. O alerta dos especialistas é claro: evitar esse comportamento é uma forma simples e eficaz de proteger a saúde ocular no longo prazo. Em caso de coceira persistente, a melhor escolha é procurar orientação médica em vez de recorrer aos dedos.
“Quando falamos em saúde dos olhos, a prevenção é sempre o melhor caminho”, conclui Dr. Renato Neves. “E isso começa com pequenas atitudes no dia a dia, como resistir ao impulso de coçar.”
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