Examinando a história, veremos que a sobrevivência humana deve parcela considerável do seu êxito à solidariedade expressa nas atitudes de compaixão.
Compaixão é a emoção causada em nós diante da dificuldade ou sofrimento alheio. E distingue-se de outras emoções, por seu caráter ativo, uma vez que só podemos identificá-la nos gestos de solidariedade dirigidos à promoção do outro ou à mitigação do seu sofrimento.
As pessoas aptas ou afeitas a expressar compaixão são chamadas de compassivas. A pessoa compassiva alia a busca pessoal por objetivos e metas próprias à capacidade de considerar o semelhante nos passos que dá rumo ao crescimento e ao sucesso.
Assim, para alguém considerado compassivo, não vale vencer a qualquer preço; não vale atropelar princípios pessoais ou cometer atos que maculem a consciência. São indivíduos para os quais o custo humano tem maior valência em comparação aos demais ‘preços a pagar’ para conquistar algo.
A compassividade não é valorizada apenas no nível pessoal. As tradições filosóficas também têm chamado a atenção para a importância da compaixão não apenas como atitude, mas como princípio de regulação das próprias relações morais.
Há toda uma linhagem de pensadores (Aristóteles, Descartes, Hobbes, Spinoza) que vê a compaixão como sendo a emoção estruturante dos sentimentos ligados à moralidade e, por isso, avaliam que quem é capaz de se compadecer tem caráter superior.
Diante desse painel, é inevitável a pergunta: por que, apesar do evidente caráter de bondade implícito nos atos compassivos, a compassividade não é um traço mais identificado nas pessoas? Por que, ao contrário, as pessoas parecem cada vez mais imunes à dor alheia?
Não existe explicação única para as questões. Mas dois fatores parecem prevalecer. Primeiro. Por causa da concorrência desenfreada entre os homens e da valorização do esforço individual em detrimento do coletivo, não raro, os compassivos são tidos como gente fraca que se ocupa com a dor alheia em vez de cuidar dos próprios interesses.
Segundo. A compaixão é tida como uma emoção extrema que exprime atos solidários que só fazem sentido em momentos críticos, como tragédias, cataclismos e fatalidades. Assim, demonstrar piedade no dia a dia seria uma ação deslocada.
Nos dois casos, a justificativa é equivocada. Senão vejamos.
Ter compaixão não é sinal de fraqueza. Ao contrário, ser compassivo exige força pessoal. E hoje, o mundo é tão complexo e as realidades pessoais estão tão entrelaçadas que os mais ‘fortes’ são os detentores de um senso de individualidade que inclui a perfeita noção de que somos seres em conjunção dividindo a cena da vida.
Também não precisamos esperar um dilúvio ou guerra para agirmos como pessoas compassivas. A compaixão é uma possibilidade afetiva humana. Podemos atuar como seres compassivos em todas as ocasiões.
Enfim, somos feitos do mesmo pano. A dificuldade do outro pode ser a mesma que algum dia experimentaremos. E quando isto acontecer, tudo o que se espera é um olhar complacente, uma mão estendida ou uma frase de aceitação ou estímulo.
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