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5 comportamentos comuns dos pais que tornam os filhos mais inseguros

Superproteção, comparações e falta de afeto estão entre os principais comportamentos que afetam a autoconfiança das crianças

Enfrentar o “monstro” da insegurança pode ser um grande desafio para qualquer pessoa — e ainda mais para as crianças. Esse sentimento, marcado por medo, dúvidas e falta de autoconfiança, pode afetar profundamente o desenvolvimento emocional e o potencial dos pequenos. Segundo especialistas, embora muitos fatores contribuam para a insegurança infantil, certos comportamentos dos pais podem intensificar ainda mais esse quadro.

De acordo com a psicóloga clínica Vera R. Resende, mestre e doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP, a insegurança é um conflito interno que pode surgir de fatores como perfeccionismo, autoexigência e baixa autoestima. “O medo de se expor e de ser avaliado pode ter sua raiz nessas questões”, explica a especialista.

Apesar de ser um sentimento comum — todos enfrentamos algum grau de insegurança em diferentes momentos da vida —, quando se manifesta de forma persistente na infância, pode comprometer a capacidade da criança de explorar o mundo, tomar decisões e se expressar com autenticidade. Por isso, o acompanhamento psicoterapêutico é recomendado para identificar a origem do problema e buscar estratégias de enfrentamento.

O que não fazer

Segundo as especialistas, há comportamentos recorrentes no ambiente familiar que, mesmo sem intenção, acabam reforçando a insegurança nas crianças. Veja os principais:

1. Superproteção

Impedir a criança de explorar o mundo por medo de que algo dê errado pode ser um tiro no pé. Ao se antecipar a possíveis frustrações, os pais dificultam que os filhos desenvolvam autonomia e confiança. “A superproteção impede que os pequenos enfrentem desafios e os torna mais inseguros com relação ao seu potencial”, alerta Vera Resende.

2. Comparações

Colocar irmãos ou colegas como padrão pode afetar negativamente a autoestima da criança. Além disso, minimizar sentimentos — como dizer que algo é “frescura” — invalida emoções importantes e agrava o quadro de insegurança.

3. Correção excessiva

Criticar constantemente sem equilibrar com elogios pode fazer a criança se sentir incapaz. A neurocientista e psicanalista Marta Relvas explica que é preciso valorizar o esforço em vez do resultado. “Permitir que a criança aprenda com os erros, sem punições excessivas, é fundamental para o desenvolvimento emocional saudável.”

4. Tom de voz e linguagem corporal

Um tom impaciente ou expressões de desaprovação frequentes aumentam o estresse infantil. “O ideal é manter uma comunicação afetiva, com tom de voz calmo e acolhedor”, orienta Marta.

5. Falta de demonstração de afeto

Sentir-se amado é essencial para a construção da confiança. “Precisamos chegar ao mundo sentindo que somos bem-vindos e que produzimos alegria em quem cuida de nós”, destaca Vera Resende. Demonstrar carinho no dia a dia é uma forma eficaz de fortalecer o vínculo emocional e a segurança da criança.

Caminhos para fortalecer a autoconfiança

A boa notícia é que é possível reverter esse cenário. A construção da autoconfiança é um processo contínuo, que depende de pequenas atitudes cotidianas. Celebrar conquistas, validar sentimentos e permitir que os filhos tomem decisões compatíveis com sua idade são passos importantes.

“O objetivo da educação deve ser apoiar a busca de autonomia da criança”, ressalta Vera. Isso inclui deixá-la resolver pequenos problemas, aprender com os próprios erros e experimentar o mundo com o suporte — e não o controle — dos pais.

Criar um ambiente seguro, amoroso e estimulante é essencial para que os pequenos cresçam acreditando em si mesmos. Afinal, a autoconfiança não nasce pronta: ela é cultivada, dia após dia.

***
Fonte: Revista Crescer.

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