A infância é muito mais do que uma fase da vida — é o terreno fértil onde se plantam os sentimentos, comportamentos e traços que nos acompanham ao longo da jornada adulta. Embora muitos de nós não consigamos lembrar com clareza dos primeiros anos, a ciência mostra que essa fase deixa marcas profundas e duradouras.
Segundo especialistas da psicologia, momentos-chave vividos na infância influenciam diretamente o desenvolvimento emocional e social. Isso inclui desde interações simples com os pais até grandes eventos como o primeiro dia de aula ou as celebrações em família. E, mesmo que a “amnésia infantil” — fenômeno que limita nossas lembranças até os três anos de idade — dificulte o resgate desses primeiros episódios, o cérebro já está a todo vapor formando conexões emocionais e memórias sensoriais.
Durante os primeiros anos de vida, as crianças formam dois tipos principais de memória: as sensoriais, ligadas às percepções (como cheiros, sons e toques), e as episódicas, que envolvem experiências organizadas em forma de histórias. Essas últimas dependem do desenvolvimento da linguagem e ganham força à medida que a criança aprende a nomear, descrever e recontar suas vivências.
A participação da família nesse processo é essencial. Rotinas, conversas e brincadeiras são fundamentais para estimular o cérebro infantil a registrar e interpretar o mundo. É por isso que as tradições familiares — como as refeições em conjunto, as viagens de férias ou as festas de aniversário — têm um peso emocional tão grande: elas oferecem segurança, constância e um senso de pertencimento.
Não é só o ambiente físico que importa, mas também o clima emocional em que a criança está inserida. Gestos simples, como um abraço ou uma palavra de incentivo, ajudam a construir um alicerce emocional sólido. De acordo com a teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson, sentir-se amado e protegido é o primeiro passo para formar relações saudáveis e se lançar no mundo com confiança.
Outro aspecto fundamental é o estímulo à autonomia. Atividades como aprender a andar de bicicleta, cozinhar ou resolver pequenos problemas por conta própria não só geram memórias inesquecíveis, como também promovem autoestima e resiliência. A descoberta pessoal permite que a criança reconheça suas capacidades e desenvolva ferramentas para lidar com os desafios da vida.
Seja através de um afeto constante, de rituais familiares ou de pequenas conquistas individuais, a infância constrói as bases da identidade. Ao entender como as memórias são formadas e como o amor, a segurança e a liberdade de explorar o mundo impactam o desenvolvimento, podemos repensar a importância dessa fase e valorizar cada momento.
Afinal, por trás de cada adulto existe uma criança que, um dia, se sentiu segura o bastante para ser quem é.
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