Por Dr Ivan Mario Braun
A depressão está presente em 1% a 2% das crianças em idade pré-escolar e entre 3% a 8% dos adolescentes. Até o final da adolescência, uma em cada cinco crianças terão apresentado um episódio depressivo mais ou menos grave. Estudos epidemiológicos sugerem que a depressão seja mais comum em países mais pobres.
Os sintomas de depressão em crianças são os mesmos encontrados nos adultos. Logicamente, os que dependem de uma descrição da própria pessoa vão ser menos detectados em crianças mais novas. Os pais podem atentar para:
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (APA), para se fazer o diagnóstico, requer-se a primeira condição acima (irritabilidade, humor depressivo, perda do interesse na maioria das atividades ou incapacidade de sentir prazer nelas) associada a pelo menos quatro dos sintomas seguintes.
Como nos adultos, existem, aparentemente, múltiplos fatores que predispõem à depressão: genéticos, cognitivos (“modos” de pensar da pessoa e da família em que ela nasce); maus tratos domésticos; ser vítima de bullying, um tipo de violência psicológica ou física que a criança sofre recorrentemente; pertencer a minorias sexuais; luto por perda de entes queridos. Por outro lado, diminuem à predisposição à depressão uma relação afetiva calorosa com os pais, um nível de inteligência elevado, hábitos de lidar com os problemas focando em sua solução e a capacidade de regular as emoções de forma adaptativa. Um dado interessante é que as crianças que cometem o bullying também têm taxas maiores de depressão.
Os pais devem procurar ajuda psiquiátrica para os filhos sempre que:
De modo geral, sempre que os pais desconfiarem que “algo está errado” no comportamento de sua criança, devem procurar um(a) psiquiatra: os critérios acima só podem ser usados corretamente por especialistas. Pessoas leigas frequentemente acham que há alguma doença, quando há apenas alguns sintomas isolados ou o contrário, deixando de “diagnosticar” quando existe um problema médico real. Por outro lado, qualquer psiquiatra competente e honesto será capaz de dizer aos pais se realmente há motivo para preocupações. Entretanto, se houver presença de algum transtorno, é muito importante que o tratamento seja feito o quanto antes.
Não se conhece em detalhes a causa da depressão mas, além dos fatores acima citados, é possível que estejam envolvidos no mecanismo das depressões um mau funcionamento de partes do encéfalo (lobos frontal, temporal e/ou parietal; amígdala; hipocampo), alterações hormonais (aumento do homônio cortisol) e mesmo processos inflamatórios. Entretanto, é importante ficar claro que, apesar de presentes em estudos científicos, é impossível, por enquanto, determinar qualquer um destes fatores em pacientes individuais, de modo que não é possível pedir algum exame que demonstre se a pessoa tem depressão ou não.
Como no caso dos adultos, as depressões em adolescentes e pré-adolescentes são tratados através de técnicas psicorterápicas e medicamentosas. De modo geral, o uso exclusivo de psicoterapia não é recomendado em casos moderados a graves de depressão.
Entre as terapias que podem ajudar no tratamento da depressão, estão:
Existem estudos sugerindo a utilidade, também, da terapia comportamental, da terapia de aceitação e compromisso (que envolve a aceitação das emoções negativas e à persecução de metas de acordo com os principais valores da pessoa) e da análise comportamental aplicada, que analisa o papel dos estímulos ambientais no comportamento do indivíduo.
Em relação às medicações, a única aprovada oficialmente nos EUA e no Reino Unido é a fluoxetina. Porém, estudos com outros antidepressivos deste mesmo grupo (os inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou ISRS) sugerem que também sejam eficazes, tais como a sertralina e o citalopram. Os antidepressivos tricíclicos, considerados muito potentes em adultos, possivelmente são menos eficientes em adolescentes e pré-adolescentes do que os ISRS.
Thapar A, Pine DS, Leckman JF, Scott S, Snowling MJ, Taylor E – (eds.) Rutter´s Child and Adolescent Psychiatry, 6th Edition, 2015, Kindle Edition.
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