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Este será o ano da síndrome do pânico, diz psicanalista sobre pandemia

Quando vivemos em épocas em que o pânico vira cenário, a realidade pode trazer consequências, por vezes graves, à saúde dos indivíduos, diz o filósofo, psicanalista e especialista em estudos da mente humana, Fabiano de Abreu.

“O pânico cria realidades alternativas que dificultam a racionalidade e embora não estejamos, por enquanto, vivendo uma situação de pânico generalizada, essa situação pode vir a acontecer. Tal cenário pode resultar em efeitos adversos tanto num modo global como de um modo muito pessoal”, alerta Fabiano.

O filósofo explica que a atual conjuntura favorece o aparecimento de síndromes relacionadas com o pânico e que o isolamento pode ser a ignição desses transtornos. “Por essa razão a síndrome do pânico será uma doença que irá afetar muitas pessoas dada a realidade atual”, disse.

Para Fabiano, a ideia de isolamento gera transtorno e mais ainda se nós depararmos com a incerteza de quando terminará. “A liberdade global que vinha sendo construída choca com esta nova vivência. As plataformas de mídias sociais, lançam alertas a todo o momento, saturam de informações que aos poucos nos começa a angustiar, a colocar em nós um mal-estar permanente, uma tristeza instalada. Se a isso, juntarmos outras condições que já possamos ser portadores como é o caso das pessoas hipocondríacas, todo o panorama geral piora. Conseguimos imaginar o que será o mundo neste momento para quem sofre deste tipo de síndromes. Nestes casos o pânico pode chegar a extremos, ultrapassando a barreira, o limite e tal pode resultar até mesmo em tragédias”, destacou o psicanalista.

A forma como cada um responderá perante esta situação está relacionada com a personalidade e percurso de vida, como explica Fabiano: “Cada um tem o comportamento reflexivo de acordo com a sua personalidade resultado da sua história de vida, experiências e nuances psicológicas. Há quem em pânico vá saquear, outros atingir o próximo de alguma maneira e uns até poderiam se matar. A cultura do indivíduo implica nas suas consequências e a cultura vem de uma união de fatores na sua vida. Na Espanha teve casos de pessoas a pedir para serem presas.

Existirão pessoas que quando confrontadas com algo alarmante o seu nível de fobia e pânico é tão grande, que chegam a experienciar sintomas físicos de doenças. “Pessoas que tendem a ficar com náuseas mesmo sem chegar ao vomito, que sentem dormência nos membros, dificuldade de locomoção e formigamento. Convém relembrar que mesmo que os sintomas não estejam relacionados com uma doença mais séria e concreta eles estão de facto a acontecer naquele indivíduo. Já estou recenbendo inúmeros casos de pessoas que chegaram a desmaiar nesta semana”, disse o especialista.

É preciso se adaptar à nova realidade e tirar o maior proveito possível dela, diz o filófo. E ele ainda aconselha: “partindo desta conjunção, há pequenas coisas que podemos começar a fazer para que a rotina diária se torne mais leve e proveitosa. Primeiramente, para controlar o pânico, devemos buscar informações de maneira consciente, avaliar possibilidades, utilizar de nossa inteligência emocional para que com o uso da razão e racionalidade, possamos avaliar o conteúdo da informação e buscar sempre o lado positivo mesmo em uma tragédia”.

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Adaptado por Destaques Psicologias do Brasil do original de Folha Vitória.
Foto destacada: Pixabay.

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