COLABORADORES

A gravidez é conhecida pela forte sensibilização afetiva da mulher. Mas você sabe por que isso ocorre?

Um dos principais responsáveis são os hormônios. Durante a gravidez há uma enorme produção de hormônios sexuais e não sexuais pela placenta, que trazem mudanças orgânicas e comportamentais significativas. Estas alterações se manifestam em maior grau no início da gravidez. Sendo que as alterações psíquicas podem ser influenciadas e influenciar o grau de sintomas orgânicos. Ou seja, a presença de náuseas e vômitos nos três primeiros meses é considerada normal (causada por efeito do aumento exagerado na produção das gonadotrfinas coriônicas e estrógenos), porém o grau da manifestação destes sintomas é fortemente influenciado pela situação emocional da grávida, assim como a presença desses sintomas interferem em seu estado emocional.

Passada esta fase inicial de maior sensibilização segue-se para outra que, geralmente, há melhora no humor, nas sensações físicas e mais disposição psíquica. Este período coincide com a época que a mulher percebe os movimentos fetais, os famosos chutes, estabelecendo-se uma relação num plano de maior realidade com a gravidez. Agora a possibilidade de ser mãe parece ser mais “palpável”.

Um outro ponto que pode ser responsável pelas alterações de comportamento são às inquietações do desconhecido que vem pela frente: o parto e maternidade. Como será o momento do nascimento? Como vou me sair como mãe? Vou gostar do meu filho? E ele de mim? E meu companheiro? Como ficará nossa relação? … Estas são algumas das inúmeras questões que colocadas durante a gravidez e até mesmo depois do parto.

Após o parto ainda há grandes alterações que contribuem para as mudanças de humor e comportamentais. A dose de hormônio alta é bruscamente cortada pelo organismo e é estimulada os hormônios responsáveis pela produção de leite materno, causando vários sintomas, como irritabilidade, cansaço, tristeza.

Outro ponto que contribui são as indagações que permanecem e as novas que surgem, como exemplo:

– Como será minha vida social, profissional e pessoal?

– Conseguirei satisfazer todas as necessidades do bebê?

– Tenho que exercer perfeitamente o papel de mãe, dona de casa, mulher e profissional;

Que podem vir junto com a sensação de estar sozinha nessa nova etapa, mesmo tendo um parceiro.

A tristeza pós-parto é considerada perfeitamente normal e fisiológica, tendo um começo, um meio e um fim. Nesse período ela irá adentrar ao universo de ser mãe, irá perceber que algumas de suas fantasias eram reais e outras não. No entanto, quando essa tristeza não desaparece, tornando-se cada vez mais intensa, precisa-se ficar atento com alguns sinais de uma possibilidade de depressão pós-parto, um quadro clinico que pode ser tratado com medicamento e psicoterapia..

A gravidez é um momento de grandes mudanças físicas, sociais e psicológicas. O apoio e o carinho de todas que a cercam é importantíssimo. A família e amigos devem ir além dos palpites e desentendimentos. Essa também é uma oportunidade para que a família se uma ainda mais.

Bibliografia

LOPES, Carolline Nunes Dias, Vanessa. Desvelando os mistérios da Psicose Puerperal. 2014. Congresso de Saúde do UBM. Barra Mansa RJ [Orientadora: Profa. Carine Sawtchenko].

BARINI, Ricardo Modificações hormonais e variações comportamentais na mulher 1994 II.Encontro Brasilerio de Psicoterapia e Medicina Comportamental , Campinas

Carolline Lopes

Carolline Lopes recém formada em psicologia (CRP 05/ 50327), pós-graduanda em MBA Executivo em Coaching pela Universidade Candido Mendes e Instituto Pro-Minas. Escritora em um blog com seu nome. Apresentou diversos trabalhos em congressos nacionais com temas relacionados a psicologia da saúde e Jurídica. A partir da pôs graduação tem explorado a temática da orientação profissional

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