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Medo de se apaixonar

Encontramos comumente relatos a respeito de rompimentos amorosos em que um dos dois se pergunta o que houve sem conseguir entender o que aconteceu. Um dos dois se apaixona, percebe interesse genuíno do parceiro, mas na hora de aprofundar o relacionamento ele ou ela se enchem de dúvidas, questionamentos e inexplicavelmente desaparecem da vida do outro, deixando-o atônito.

No set terapêutico a paciente ou o paciente se questionam a respeito do comportamento do parceiro. Pode ser por inúmeras situações, mas também podemos estar diante de um quadro bem sintomático, cujo nome e características são muito perceptíveis.

Filofobia…

Exatamente isto. Você sabe o que é filofobia?

A filofobia consiste em medo irracional de se apaixonar por alguém. Nos casos mais graves, pode inclusive se estender para amigos e familiares.

Não estamos falando de pessoas recatadas que manifestam afeto em pequenas porções de atenção ou não dizem palavras afetuosas, mas demonstram com apoio, presença e conforto. Estamos falando de alguém que ao entrar em contato com situações de profundo afeto, intimidade desencadeiam medo tão intenso que os põe a correr milhas em busca de distância. Essas pessoas expressam desconforto, nervosismo e ansiedade quando expostas a situações ensejadoras de algum tipo de vínculo ou afeto.

 

Alguns indicadores que podem estar associados a filofobia:

A forma utilizada por pessoas filofóbicas é concentrar-se nos defeitos no seu parceiro. Usa esses supostos defeitos como justificativa para não partilhar de intimidade afetiva com o parceiro. A estratégia mais perceptível característica de portadores de filofobia é engajarem-se em amores impossíveis e inalcançáveis. Assim, convencem a si mesmos que não podem amar, pois a pessoa cujo afeto é devotado torna-se impossível de alcançar. Quer seja porque é casada, ou artista etc…

 

O artigo “Filofobia: Medo de amar” da theclinic.cl, explica “A ideia de que o seu parceiro vai deixá-lo por outra pessoa serve como desculpa para não se comprometer”. Neste caso, provocam brigas, ficam enciumados, deixam o companheiro tão aborrecido a ponto de que termine a relação. Ou então quando percebem que a relação está se aprofundando, se afastam, ignoram avisos do companheiro (a), não respondem a chamadas telefônicas, não deixam recados para confortar o outro, não retornam os telefonemas e até inventam desculpas para não se encontrarem com o parceiro.

 

As pessoas que sofrem dessa fobia em geral estão apegadas a lembranças de abandono, pode ser de um grande amor, de seus pais ou de alguém que lhe foi caro. Em razão da desilusão do passado e teme enfrentar nova rejeição, abandono, e sofrer novamente. Diante disso, como uma forma de proteção desenvolvem esta doença, ou fobia crônica.

Normalmente estes pacientes trazem como um ” plus” ao sofrimento já existente, sintomatologia física: boca seca, náusea, sudorese, respiração rápida, falta de ar, choro, mãos trêmulas e ataques de pânico, só de pensar em se envolverem amorosamente. Atribuem ao amor romântico uma forma de descontrole emocional.

Por que procurar ajuda?

Se você se identificou com esse artigo, talvez seja o momento de procurar ajuda. A filofobia tem cura. É possível superar esse medo. Existem várias terapias para tratar essa fobia ajudando-o detectar e a compreender os pensamentos desencadeantes do medo e lhe ensinará técnicas para mudar estes padrões de pensamentos sabotadores.

A dessensibilização é uma técnica muito utilizada pela terapia cognitiva. O paciente entra em contato com o objeto ou situação que ele teme, nesse caso, o relacionamento amoroso. Hoje em dia a terapia se usar da tecnologia para simular essas interações e assim preparar a pessoa para situações da vida real.

A Programação Neurolinguística entre outras, podem ser muito bem-vindas. Mas, somente um profissional de saúde mental poderá lhe ajudar a escolher qual a terapia mais adequada para o seu caso específico.

Muitas pessoas ficam constrangidas com a ideia de procurar ajuda profissional com um psiquiatra, e psicólogo. Por que não? Essas técnicas podem certamente lhe trazer inúmeros benefícios. O primeiro passo para uma vida mais saudável e plena é vencer suas resistências. Aprimore-se e vença seus medos.

Laila Ali Wahab Morais

Advogada, psicóloga clínica e escolar

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