COMPORTAMENTO

“Pais firmes, não os rígidos, são os que melhor conseguem educar seus filhos” – Içami Tiba

Por Içami Tiba

Uma família está almoçando num restaurante, num domingo, onde também estão outras famílias. Os filhos são crianças e, do nada, a filha do meio empurra o mais velho, enquanto os pais estavam entretidos com a caçula. Imediatamente o pai interfere repreendendo os dois: “parem com isso já!” Silêncio total na mesa…

Um nadinha de tempo depois, é o mais velho que solta para a irmã do meio um: “pára de me cutucar!” O pai já se irrita e resmunga aos dois: “já falei para pararem com isso!” E a mãe se dirige ao marido: “fica calmo, meu bem, relaxa! Estamos nos divertindo…” O pai fica emburrado.

A caçulinha pergunta: “o que foi, papai? Por que você está bravo?” A mãe logo lhe responde: “não foi nada, filha, continue desenhando…”

Entendendo esta situação:

Repreensor: pai sozinho — Ele foi solicitado pela filha do meio para dar uma bronca no irmão mais velho. Mas ele bronqueou os dois e não somente o mais velho. Papai não entrou no jogo da filha do meio. Ele deve conhecer seus filhos, pois não bronqueou somente o filho. Ele sabe que o relacionamento dos dois sempre foi de um cutucar o outro. Este é o clima permanente. Não importa mais descobrir “quem começou”. O problema é relacional.

O repreensor tentou estabelecer uma ordem funcional para não estragar o almoço de domingo da família. Mas sua figura é de uma autoridade jurássica: paciência curta, voz grossa e mão pesada. Não precisou usar a mão pesada, nem estava impaciente mas a voz saiu mais grossa do que falava com a caçula.

Repreendidos: dois filhos mais velhos — Mereceram a repreensão pois passaram do ponto social e adentraram no clima familiar, isto é, talvez em casa rolasse já uma briga entre os dois. O gênero feminino entrou em ação: empurrou o irmão e deu a entender ao pai que ela estava se defendendo do que o irmão lhe fizera, usando a agressão como meio de defesa. Ela poderia ter repreendido diretamente o irmão, antes de apelar para o pai.

Só Deus sabe onde esta “intriga” começou. Cada um jura de pés juntos que quem começou a confusão foi o outro. Ninguém estava lá para perceber se houve um cutucãozinho ou um “pontapezinho” por baixo da mesa. Era brincadeirinha que foi transformada em denúncia pela filha meio. O irmão deu o troco para a irmã do meio quando a denunciou com o “pára de me cutucar”. Será que ela o cutucou de fato? Com isso ele se sentiu vingado.

Mediadora: A mãe — colocou os “panos quentes”, na tentativa de voltar ao clima de família almoçando feliz num restaurante gostoso. Protegeu os filhos e, mandando-lhes o recado “não façam o pai ficar nervoso”, disse ao marido que ele já estava nervoso. Ninguém pede calma a quem está calmo.

Ingênua: A caçula que curtia o domingo como filha única. Com a sua pergunta ela pôs o de dedo na ferida da família. O problema é o papai ficar bravo…

Local da repreensão: Ambiente público. Em casa, num clima mais íntimo, talvez tudo desandasse ou passaria batido dependendo do tipo de reação que os pais tivessem.

Dica: Para uma repreensão dar o resultado esperado pelo repreensor, é preciso ter bem claro o que ele pretende:

1. Quer resolver na hora a inadequação?
2. Não quer ser incomodado?
3. Quer descarregar a raiva?
4. Seja o que Deus quiser?
5. Quer educar preparando as crianças para o futuro?

Moral da história: Repreender é ação educativa dos pais às crianças, sem nervosismo, com foco no futuro.

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REDAÇÃO PSICOLOGIAS DO BRASIL

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