Abaixo, um conto de Paola Klug traduzido por Rui Sá e postado na ContiOutra
“A minha avó dizia-me que quando uma mulher se sentisse triste, o melhor que podia fazer era entrançar o seu cabelo; de modo que a dor ficasse presa no cabelo e não pudesse atingir o resto do corpo.
Havia que ter cuidado para que a tristeza não entrasse nos olhos, porque iria fazer com que chorassem, também não era bom deixar entrar a tristeza nos nossos lábios porque iria forçá-los a dizer coisas que não eram verdadeiras, que também não se metesse nas mãos porque se pode deixar tostar demais o café ou queimar a massa. Porque a tristeza gosta do sabor amargo.
Quando te sintas triste menina- dizia a minha avó- entrança o cabelo, prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto quando o vento do norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo, é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…”
Descubra o que a psicologia revela sobre quem troca festas pelo refúgio do lar —…
Willem Dafoe dá um show de interpretação neste filme impressionante que está fazendo sucesso na…
Se você é fã de histórias reais de crimes e ainda não viu esta nova…
Uma jovem herdeira e um rapaz de passado nebuloso vivem uma paixão avassaladora neste novo…
Você costuma se lembrar de muitos sonhos ao acordar? Um especialista em sono revela por…
Advogada recusa pedido de guarda de bebê reborn e caso viraliza nas redes; disputa por…