A inspiração para esse texto veio da leitura do livro “Os pais que queremos ser: Como pais bem-intencionados podem prejudicar o desenvolvimento moral e emocional dos filhos.” O título é sugestivo… E o livro: instigante!
Confesso que o autor tocou em pontos que eu não havia ainda atentado, apesar de ter algumas leituras sobre o tema.
Não é raro ouvir de uma pessoa a frase “Eu só quero ser feliz”.
Ainda mais comum é ouvir pais falarem sobre esse mesmo desejo para os filhos: “Só penso na felicidade dos meus filhos. Farei de tudo para que eles sejam felizes.”
A minha intenção aqui não é teorizar sobre o que é felicidade, e sim chamar a atenção para os efeitos – negativos – da busca incessante por esse “estado de espírito”.
“São felizes somente aqueles que conservam a mente fixada em outro objeto que não a sua própria felicidade.”
Concentrar a sua atenção na busca da própria felicidade pode significar o distanciamento do bem comum, do bem-estar da coletividade. Somos humanidade! Estamos intimamente conectados com os demais seres humanos que povoam a Terra.
Estar consciente dessa conexão gera compaixão e confere sentido à nossa vida.
Me dirijo agora especialmente aos pais: Despender todos os seus esforços e a sua energia para conseguir a felicidade do seu filho pode torná-lo uma pessoa infeliz.
Isso porque os pais assumirão, às vezes de forma inconsciente, sutil e involuntária, um tipo de comportamento que dificultará justamente a ligação da criança com outras pessoas. E, comprovadamente, um dos fatores indispensáveis, se não o principal, para a sensação de felicidade, é a construção de boas relações interpessoais.
Se os pais ensinam ao filho que o que importa mesmo é a sua felicidade e que deve-se lutar por ela (quase que a qualquer custo), a criança terá grande dificuldade para criar a consciência da existência e importância dos outros, e entenderá que a felicidade alheia não é tão importante quanto a sua.
Acontece que esse entendimento pode prejudicá-la de uma maneira incalculável no desenvolvimento de suas habilidades MORAIS: honestidade, justiça, consideração, lealdade, disposição para cuidar e preocupar-se com os outros.
Ao contrário do que muitos podem alegar, a bondade não depende da felicidade. Não é preciso ser feliz e “estar bem” para fazer o bem. Estados de humor positivos podem sim despertar o desejo de fazer boas ações, mas uma coisa não depende da outra. Inclusive, o mesmo “estado de espírito” que desperta generosidade, pode provocar indiferença. Excesso de autoestima pode prejudicar o desenvolvimento moral.
Da mesma forma que felicidade não gera, necessariamente, bondade, é verdade que pessoas boas podem ser infelizes.
Ser bom esperando a felicidade em troca vai de encontro à essência da moralidade.
A criança precisa entender que ela deve ser ética e boa porque isso é fundamental para o bem comum, que, por sua vez, é tão importante quanto o seu próprio bem!
É preciso assegurar que o desejo de felicidade não comprometa a moralidade. Ser gentil precisa ser uma qualidade tão bem vista e desejada quanto ser feliz.
Afinal, “É impossível ser feliz sozinho”, já dizia Tom Jobim.
Com roteiro baseado em um sucesso do Wattpad e fãs esperando há tempos, Através da…
Charlie Kaufman não faz filmes para assistir no piloto‑automático. Em Estou Pensando em Acabar com Tudo…
Tem filmes que não precisam gritar para esmagar seu emocional. Pieces of a Woman, disponível…
Nas apostas esportivas, o acesso a estatísticas e a interpretação de estatísticas nunca foi tão…
Quando uma biografia televisiva chega, ela mexe em memórias afetivas e também em gavetas que…
Alguns segundos de silêncio acompanhados de olhos que escapam para a lateral podem mudar o…