COMPORTAMENTO

Síndrome de Burnout: quando o trabalho asfixia a alma

Nesse exato momento, existe uma infinidade de pessoas realizando as suas atividades profissionais e, ao mesmo tempo, convivendo com uma angústia extrema. Da profissão mais humilde àquela mais elitizada, ela se faz presente. Falo da Síndrome de Burnout, cujo significado faz analogia a um motor que não funciona mais.O Burnout é um adoecimento gerado pelo trabalho, que pode ser em função de uma sobrecarga para o funcionário, desvalorização ou falta de reconhecimento ou aquela insatisfação crônica com a atividade profissional que exerce.

Nem todos têm o privilégio de trabalhar com aquilo que gosta, infelizmente. Contudo, há casos em que a atividade profissional é tão incompatível com o perfil do funcionário que acaba se configurando uma verdadeira agressão à saúde emocional e/ou física dele.

Perceber-se ali, diariamente, por anos ou décadas, realizando algo que não o fascina leva o indivíduo a sentir-se fora do eixo, como quem usa um sapato que não lhe serve, uma tortura. E, engana-se quem acha que o fato de o funcionário ter um salário alto vai atenuar esse desconforto. A questão aqui é sentir-se motivado e engajado; é orgulhar-se do que faz, é viver o sentimento de pertencimento com aquela atividade. Esse orgulho não tem a ver com o glamour da profissão, pois existem pessoas em posições profissionais invejáveis e que estão profundamente frustrados.

Conheço casos de pessoas que vão trabalhar chorando, outras têm enxaqueca, crise de ansiedade, urticária, alteração da pressão arterial e até crises de pânico. É que, chega num ponto que o ambiente de trabalho passa a ser um estímulo completamente aversivo. As doenças emocionais também fazem parte do pacote diante dessa insatisfação crônica, a depressão é uma delas.

Antes que alguém pense nisso, entenda que não se trata de alguém com preguiça de trabalhar, nem ingrato. Trata-se de pessoas que realizam, por anos a fio, algo que não as satisfazem. Isso vai afetando a autoestima, levando a pessoa a sentir-se inadequada e com a energia drenada, o que acaba afetando, também, as demais áreas da vida dela. Para você entende melhor: imagine algo que você odeia, agora imagine-se trabalhando nisso.

Ivonete Rosa

Sou uma mulher apaixonada por tudo o que seja relacionado ao universo da literatura, poesia e psicologia. Escrevo por qualquer motivo: amor, tristeza, entusiasmo, tédio etc. A escrita é minha porta voz mais fiel.

Recent Posts

Demorou dois anos pra estrear — e bastou uma semana na Netflix pra virar sensação nacional

Com roteiro baseado em um sucesso do Wattpad e fãs esperando há tempos, Através da…

5 dias ago

Essa produção da Netflix tem menos de 90 minutos — e vai bagunçar sua cabeça por dias

Charlie Kaufman não faz filmes para assistir no piloto‑automático. Em Estou Pensando em Acabar com Tudo…

5 dias ago

Parece só mais um drama comum… até você perceber que está emocionalmente destruída no último episódio (imperdível)

Tem filmes que não precisam gritar para esmagar seu emocional. Pieces of a Woman, disponível…

5 dias ago

Estado psicológico de um time: você precisa checá-lo antes de uma aposta?

Nas apostas esportivas, o acesso a estatísticas e a interpretação de estatísticas nunca foi tão…

2 semanas ago

Nova série sobre Bolaños expõe que o criador de Chaves “não era um santo”, diz diretor

Quando uma biografia televisiva chega, ela mexe em memórias afetivas e também em gavetas que…

2 semanas ago

Desviar o olhar é mentira, vergonha ou timidez? Psicólogos revelam o que isso indica

Alguns segundos de silêncio acompanhados de olhos que escapam para a lateral podem mudar o…

2 semanas ago