Todos nós queremos evitar a dor e buscar o prazer, que para muitos significa ser feliz a qualquer custo. Há mais de dois mil anos o cristianismo e o budismo nos ensinam a lidar com a dor e o prazer como uma questão ética, que é ignorada em nossos dias.
Para o monge Dalai Lama, a nossa conduta ética é, portanto, algo que adotamos não porque é correta, mas porque reconhecemos que os outros, tal como nós, desejam ser felizes e não sofrer.
Na direção oposta, a cultura narcisista defende que não devemos nos demorar na própria dor e nem na dor do outro. O filósofo Theodor Adorno já nos alertava da indiferença com a nossa própria dor e com a dor em geral, mesmo após os horrores dos campos de concentração nazistas em Auschwitz.
Hoje, estamos destruindo a vida no planeta, gerando mais sofrimento para metade da população mundial, que vive na pobreza. No Brasil há 20 milhões de pessoas passando fome, num país que é um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
Mesmo assim, o egocentrismo alimenta o desejo de ser superior. Por isso o vale-tudo na corrida pelo sucesso. Também se vende a ideia nas mídias sociais, que alguns chegaram ao topo por mérito, visto que o sucesso é um negócio para poucos.
O pensador Peter Drucker afirmou que “não haverá negócios saudáveis em uma sociedade doente”. Em outras palavras, o meio ambiente será poluído e os métodos inescrupulosos levarão as empresas e os trabalhadores à falência e ao adoecimento.
Enfim, se a busca pelo sucesso e felicidade não tiver uma conduta ética irá causar mais padecimento, pois não faz sentido que a prosperidade individual prejudique o bem comum.
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Jackson César Buonocore
Sociólogo e psicanalista
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