A alergia ao leite de vaca que o bebê pode manifestar, caso a mãe que amamenta consuma o alimento, tem sido muito falada e até diagnosticada. Porém, às vezes, o diagnóstico nem é realizado, mas se passa a acreditar que os sintomas que o bebê apresenta são devidos a ele. A rotina alimentar da mãe é modificada, passando por diversas restrições, porém, muitas vezes, não é o caminho que leva a uma solução.

Dentre os sintomas da alergia ao leite de vaca, encontram-se: prisão de ventre, refluxo e cólicas, os quais são fenômenos comuns nos bebês pequenos, já que o organismo deles está em processo de adaptação. É necessário, primeiramente, verificar com o pediatra se realmente é um caso de alergia ou se os sintomas decorrem de outros motivos, quando se manifestam em excesso. Dificuldades na esfera psicológica, como na relação entre mãe e bebê também podem causar os mesmos fenômenos. O bebê pode estar manifestando em seu corpo algo que a mãe não está conseguindo reconhecer em si. Por isso que, só eliminar as manifestações físicas do bebê pode não ser a solução. Claro, me refiro aos casos em que o diagnóstico é descartado.

O que considero preocupante é o fato de bebês com um, dois ou três meses já com supostos diagnósticos, ou seja, suspeitas, são tratados como se já fosse algo confirmado. E não se considera que uma ansiedade materna, algo de que a mãe não está conseguindo tomar consciência, por exemplo, pode estar associada ao sintoma do bebê. O leite materno não é só alimento, mas comunicação, contato emocional e aconchego. Algumas mães com suas preocupações (e com razão!) se atentam muito em saber como fazer o certo, ao invés de consultar a si mesmas e pensar para pensar no que está acontecendo com elas. Nesses casos, quando as tensões diminuem, a criança tende a se alimentar tranquilamente e sem apresentar reações de desconforto no corpo. Quando uma mãe consegue reconhecer qual é a sua real preocupação, a alimentação do bebê tende a fluir e não há sintomas no bebê. Por isso, quando o bebezinho está apresentando muitos sinais de desconforto e os diagnósticos já foram descartados, convido as mães a se olhar e a se questionar: “o que está indigesto em mim?” Se a mãe ou o principal cuidador da criança não está bem, como ela irá ficar bem?

Cristine Boaz

Psicóloga - CRP: 07/16606 Mestre em Psicologia Clínica Especialista em Psicoterapia Psicanalítica End.: Av. Plínio Brasil Milano, 812/605 Cel.: 9907.0856

Recent Posts

Série policial que estreou no top 10 da Netflix em 56 países é inspirada em assombroso caso real

A arte imita a vida: Esta série policial de apenas 6 episódios que foi descrita…

1 dia ago

Influencer passou 6 horas em mesa de cirurgia após parte de equipamento de exame de rotina ‘cair no seu coração’

Joey Swoll se diz desgastado física e psicologicamente após a experiência. "Ainda sinto como se…

1 dia ago

Após cirurgia, ‘Homem Dobrado’ finalmente consegue ficar ereto e ter ‘vida normal’

"Estou imensamente grato por poder finalmente dormir deitado", disse o homem.

2 dias ago

Mulher é presa após usar diploma de psicologia falso para atender crianças com autismo

Segundo a Polícia, a mulher pagou R$ 5 mil em um diploma falso de psicologia,…

2 dias ago

Nova série do criador de Peaky Blinders já está disponível no streaming

A aguardada nova série estrelada pela vencedora do Emmy Elisabeth Moss chegou ao streaming nesta…

3 dias ago

É crescente o número de mulheres que aderem à abstinência de homens

“Estamos nos libertando dessa falsa obrigação de ter ao lado um marido ou um namorado.…

3 dias ago