Desde muito novos, somos conduzidos a idealizar o amor, seja através dos contos de fadas, das novelas, dos filmes e até através do que os adultos nos contam. Porém, é interessante refletirmos sobre o amor real e o idealizado. O casamento deve ser conduzido sempre, mas nos momentos de crise ele merece uma atenção muito especial. A consciência da responsabilidade de ambas as partes e a vontade de fazer dar certo são indispensáveis para sair da crise.

O amor “real” é um eterno construir, desconstruir e reconstruir. O relacionamento “idealizado” já nasce perfeito e é assim o tempo todo. Mas é estranho e até ilógico acreditar num relacionamento perfeito entre seres imperfeitos. A verdade é que estamos vivendo, aprendendo, mudando e adaptando o tempo todo e o relacionamento não é diferente.

As crises se instalam quando algo (ou várias coisas) precisa mudar. Na verdade, a crise é um convite a mudança, porém o aceite é obrigatório. Me atrevo até a dizer que, na crise, ou você muda ou se “estrumbica”. Infelizmente, algumas pessoas negam a crise ou apenas ficam passivas e omissas e num futuro próximo o que era apenas uma crise, vira um “problemão”.

Na atualidade, vemos propagar vários motivos para crises nos relacionamentos conjugais que podem levar a uma separação. Alguns deles são: desgaste e acúmulo de mágoas;  individualismo e desinteresse pela vida do outro; infidelidade e falta de respeito com o cônjuge; e  falta de interesse em fazer dar certo.

O casamento precisa de duas pessoas dispostas a fazer dar certo o tempo todo. Isso engloba antes da crise, durante e depois. Mas é durante a crise que devemos nos perguntar e ter muito claro: O que eu espero desse relacionamento? Vale a pena tentar? Ele(a) está disposto a tentar de verdade?

Nossa cultura capitalista e competitiva tem contribuído para essa falta de sensibilidade e percepção do outro e, também, dos períodos críticos que os relacionamentos passam. E todos passam. Hoje, não temos tempo para nada. Não temos tempo para nós, para os filhos e muito menos para o nosso par. É uma espécie de “selva”. Salve-se quem puder. E é onde os sentimentos não encontram lugar no nosso dia a dia.

O fato é que continuar fazendo o que se fazia vai deixar o relacionamento no mesmo ponto (na crise). E como mudar já que nós temos tantas mágoas? Nossa história já aconteceu e foi muito ruim para ambos, nos machucamos e não vejo como tentar mudar.

É. Voltemos às perguntas: vocês querem tentar de verdade? Então, 99% do caminho já está percorrido. Se ainda estão juntos é porque ainda existem sentimentos. Pode ser que eles tenham sido “distorcidos” e “escondidos” durante anos de um relacionamento mal vivido e mal conduzido.

O erro de ambos os cônjuges é achar que o problema é o outro e tecer aquele rol de reclamações (ele isso, ela aquilo… blá, blá, blá). Peguem as suas reclamações e as transformem em amor e atitudes e comportamentos voltados para o bem estar do casal e da relação. Tenha pensamentos saudáveis e construa “mentalizações” benéficas e amorosas em relação ao seu parceiro. Comece do “início” e esqueça tudo o que passou. Se precisar serem namorados de novo, sejam! Se precisar fazerem uma viagem a dois, façam! Se precisar pedir perdão, peça (mas não exija o perdão do outro)! Faça a SUA PARTE. Faça os seus 50% do relacionamento e aguarde. E, se coisas maravilhosas acontecerem, depois me conta.

Juliana Alves

Bacharel em Direito,PUC-GO e Graduanda do 10º Período de Psicologia, IESB-DF. Escritora na área de Psicologia, Psicanálise e Psicopedagogia. Pós Graduada em Gestão Estratégica em Instituições Públicas e Psicopedagogia.

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