RIO – Uma pesquisa publicada na revista “Procedimentos da Academina Nacional de Ciências” (PNAS, na sigla em inglês) mostrou que “furacões mulheres” são mais letais que os fenômenos com nomes masculinos. Os cientistas sabem que o teor do trabalho é inusitado, mas alegam que serve de alerta para a temporada de tempestades que está para começar no Hemisfério Norte.
Com uma base de dados dos últimos 60 anos, cientistas puderam observar um padrão frequente, onde os furacões com nomes femininos registraram maior número de mortes. Mas por quê?
A explicação, segundo Kiju Jung, da Universidade de Illinois, é que pessoas tendem a ter menos precaução quando veem na mídia alertas de tempestades com nomes de mulheres, que seriam mais sutis e delicados que os dos homens. Elas subestimariam os furacões.
– Nomes são escolhidos de forma arbitrária, a partir de uma lista pré-determinada de nomes do sexo masculino e do sexo feminino. Se as pessoas julgam o risco de uma tempestade com base no nome, então chegamos a conclusão que esse padrão é potencialmente muito perigoso – disse Jung ao jornal inglês The Telegraph.
Durante o experimento, cientistas perguntaram a voluntários o quanto potencialmente destrutivo uma tempestade podia ser com nomes diferentes. Quando pedidas para imaginar furacões como Alexandra, Christina ou Victoria, o perigo pareceu ser menor que nos casos de Alexander, Christopher ou Victor.
Nomes masculinos foram escolhidos para tempestades desde a década de 1970, por conta de protestos de correntes feministas. Até então, o mundo só conhecia “furacões-mulheres”. Cerca de 200 pessoas morrem por ano nos Estados Unidos por conta dos fenômenos climáticos.
Imagem de capa: Shutterstock/AMFPhotography
TEXTO ORIGINAL DE O GLOBO
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