A definição de luto segundo o dicionário é “sentimento de dor pela morte de alguém”, porém, o luto ocorre não somente quando perdemos alguém, mas também está presente em todas as perdas significativas, seja a perda de um objeto, um animal de estimação, um emprego ou do que quer que seja. 

        No entanto, podemos afirmar que o luto pela morte de alguém é um processo que acompanha a humanidade desde os primeiros tempos da história. Afinal de contas, embora seja a morte a única certeza da vida de todo ser vivo, é ela um dos acontecimentos que mais impacta a nós, seres humanos.  

Na cultura em que vivemos a morte de um ente querido, na grande maioria das vezes, representa uma perda muito significativa, que traz consigo um enorme sofrimento. Devemos ressaltar que este sofrimento é um processo individual e subjetivo para cada indivíduo. Bromberg (2000), define o luto como: “um conjunto de reações a uma perda significativa e pontua que nenhum é igual ao outro, pois não existem relações significativas idênticas.” Ou seja, cada ser humano sente e vivencia determinada perda de uma forma única, valendo-se do significado que aquela perda representa naquele momento de sua vida.

             Faz parte de todo processo de luto uma série de sentimentos, dentre eles os mais comuns são: tristeza, raiva, culpa, ansiedade, solidão, fadiga, desamparo, choque, anseio, emancipação, estarrecimento e alívio. Estes sentimentos podem gerar algumas sensações físicas, que normalmente são: vazio no estômago, aperto no peito, nó na garganta, sensação de despersonalização, falta de ar, fraqueza muscular, falta de energia e boca seca.

        Consequentemente, quase sempre, estes sentimentos e sensações físicas acabam causando mudanças comportamentais, como: distúrbios de sono, falta de apetite, isolamento social, sonhos com a pessoa falecida, evitar lembranças do falecido, hiperatividade, choro, carregar objetos que lembrem o falecido etc. Esta série de mudanças comportamentais podem acabar atrapalhando a rotina do indivíduo, portanto, é importante saber respeitar o tempo que cada pessoa necessita para vivenciar e elaborar seu processo de luto.       

        Vale destacar ainda, que existe uma grande diferença entre uma pessoa que está passando pelo processo de luto e a pessoa com depressão. Pois, embora pessoas depressivas comumente apresentem a tristeza como sintoma, tristeza não é o mesmo que depressão.

Imagem de capa: Shutterstock/adamcrazy

 

Cristiane Borsatto Santiago

Psicóloga Clínica, realiza atendimento psicoterapêutico sob abordagem psicanalítica a crianças, adolescente e adultos. Apaixonada pela Psicologia e pelo desenvolvimento do ser humano. Atende nas cidades de São Paulo (capital) e Itanhaém - SP. CRP: 06/120765

Recent Posts

Ana Maria Braga fala sobre sua única ida ao psiquiatra: ‘Não paguei a consulta’

"Não paguei a consulta, fui embora e nunca mais voltei em psiquiatra nenhum. Que falta…

45 minutos ago

Idosa com Alzheimer tem raro momento de lucidez ao ver filho se formar aos 57 anos anos

"Em 10 minutos ele vai esquecer, mas a expressão de orgulho em seu rosto diz…

2 horas ago

Homem diz que se recusa a levar babá do filho na primeira classe para férias em família

Um homem causou polêmica ao relatar que a babá de seu filho ameaçou pedir demissão…

2 dias ago

Bebê Rena: Psicólogas explicam por que Martha escrevia aquela frase no final das mensagens

Em 'Bebê Rena', Martha sempre termina as mensagens enviadas a Donny com a seguinte frase:…

2 dias ago

‘Uma pedra de gelo tem mais sentimento’, diz avó sobre neta envolvida na morte dos pais e do irmão

A avó materna de Anaflávia Gonçalves, responsável pela morte de seus próprios pais e irmão…

3 dias ago

Caso Tio Paulo: Justiça concede liberdade a mulher que foi presa após levar idoso morto ao banco

Erika de Souza Vieira Nunes, acusada de conduzir o corpo de seu tio falecido a…

3 dias ago