É quase óbvio que todos querem a felicidade. Mas parece que alguns fazem escolhas que os ajudam a fluir mais facilmente na direção de ser feliz. Não existem receitas de felicidade, porém algo se repete na vida dos que se sentem felizes: eles são íntimos de si mesmos, ou seja, conhecem os próprios anseios e são fiéis a eles.

Confira os descontos e promoções Claro TV para sua região! Acesse e fale com um especialista agora mesmo!

Robert Louis Stevenson, autor do clássico ‘A Ilha do Tesouro’ pode ser exemplo de alguém que navegou os mares da existência sem perder de vista o núcleo sólido de seus propósitos. O escritor escocês dizia: ‘Não há dever mais subestimado que o dever de ser feliz e não vou incorrer nesse erro’. Ele fez dessa crença uma filosofia de vida, e assim viveu sua vida aventureira de viajante até os quarenta anos, quando aportou nas ilhas de Samoa. Lá construiu a casa, fez o que gostava e ajudou os nativos a lutar pelos próprios direitos. Ao morrer, admirado por todos, foi enterrado no alto de um monte e como sempre desejara, de frente para o mar.

E nós? Como navegamos o barco da busca da felicidade?

A despeito dos caminhos pessoais, o percurso que leva à felicidade requer de todos cuidar dos suportes da existência ou, podemos dizer, das áreas da vida que propiciam as mais profundas experiências do ser humano. Podemos dizer que os suportes existenciais são a saúde, o amor, o caráter e o trabalho. Se a felicidade fosse uma febre, o termômetro que a iria medir mostraria a temperatura dessas dimensões comuns da existência.

A saúde é o suporte do bem-estar e da funcionalidade. Ter saúde é sentir o que somos com inteireza e disposição. E só há saúde se houver zelo com o que afeta o próprio corpo.

O amor, nas suas mais diferentes formas, permite-nos viver emocionalmente conectados. O amor é condição para mergulhar na alteridade que o calor humano proporciona.

A família, nas mais distintas formas que possa assumir, é ninho, umbigo e aconchego. O seio familiar nos coloca em sintonia com a ancestralidade tribal. E o senso tribal é fundamento das identidades estáveis.

O caráter expressa a capacidade de firmar compromissos mútuos. É a marca da solidariedade atribuída por nós aos nossos interesses pessoais e nos identifica como pares humanos capazes de convivência segura. O caráter como expressão do senso de valor que marca as ações nos credencia a ultrapassar a condição mais imediata de animais que somos, para emergirmos como seres  conectados à humana tribo.

Quanto ao trabalho é difícil pensar em um projeto de autorrealização sem associá-lo a algum tipo de atividade. A inserção na realidade se dá pela ação que forja em nós um sentimento de concretude do mundo e condiciona nossa identidade.

Walter Lippman, um ensaísta americano, definia trajetória profissional de maneira bem ampla. Ele dizia: “carreira é a história de desenvolvimento interior que se desenrola por habilidade e luta”. Ele via o caminhar com objetivo e valores retos como atitude unificadora da ação e do sentido da existência.

Enfim, examinando os suportes que sustentam a possibilidade de ser feliz, é possível concluir que no mar da felicidade não há caminho reto. Portanto, é preciso cuidar deles e manter olhos de navegantes curiosos com a disposição deliberada de descobrir horizontes ou enxergar velhas paisagens com olhar inaugural.

Se o desânimo e o hábito inundarem o barco da existência, o mar vira tédio, perdemos a ânsia de horizontes e não enxergamos o chão do próprio barco. E essa é uma tradução fiel do estado de infelicidade.

Felicidade é sentido e ação. É o resultado do trabalho de atribuir significado edificante a tudo o que nos faz humanos.

Liduína Benigno Xavier

Psicóloga, Mestre em Educação, formação em Facilitação de Processos humanos nas organizações, a escritora é consultora organizacional há mais de vinte e cinco anos; É autora do livro: Itinerários da Educação no Banco do Brasil e Co-autora do livro: Didática do Ensino Corporativo - O ensino nas organizações. Mantém o site: BlogdoTriunfo que publica textos autorais voltados ao aperfeiçoamento pessoal dos leitores e propõe reflexões que ajudam o leitor a formar visão mais rica de inquietações impactantes da existência.

Share
Published by
Liduína Benigno Xavier
Tags: felicidade

Recent Posts

Homem diz que se recusa a levar babá do filho na primeira classe para férias em família

Um homem causou polêmica ao relatar que a babá de seu filho ameaçou pedir demissão…

2 dias ago

Bebê Rena: Psicólogas explicam por que Martha escrevia aquela frase no final das mensagens

Em 'Bebê Rena', Martha sempre termina as mensagens enviadas a Donny com a seguinte frase:…

2 dias ago

‘Uma pedra de gelo tem mais sentimento’, diz avó sobre neta envolvida na morte dos pais e do irmão

A avó materna de Anaflávia Gonçalves, responsável pela morte de seus próprios pais e irmão…

2 dias ago

Caso Tio Paulo: Justiça concede liberdade a mulher que foi presa após levar idoso morto ao banco

Erika de Souza Vieira Nunes, acusada de conduzir o corpo de seu tio falecido a…

2 dias ago

Série policial que estreou no top 10 da Netflix em 56 países é inspirada em assombroso caso real

A arte imita a vida: Esta série policial de apenas 6 episódios que foi descrita…

4 dias ago

Influencer passou 6 horas em mesa de cirurgia após parte de equipamento de exame de rotina ‘cair no seu coração’

Joey Swoll se diz desgastado física e psicologicamente após a experiência. "Ainda sinto como se…

4 dias ago