15 coisas que os terapeutas querem que você saiba

A terapia pode ser misteriosa e intimidante, especialmente se você não sabe o que esperar. Por isso, o BuzzFeed Health falou com três psicólogos com vasta experiência em psicoterapia: Stephanie Smith, Ph.D, psicóloga clínica em Colorado;Ryan Howes, Ph.D, psicólogo clínico e professor do curso de doutorado em psicologia da Fuller; e Lynn Bufka, Ph.D., diretor executivo adjunto de pesquisa prática e política na Associação Americana de Psicologia. Veja o que eles gostariam que as pessoas soubessem sobre terapia:

1. Na realidade, o trabalho de um terapeuta não é te dar conselhos.

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Eles não estão ali para dizer se você deveria desistir de seu casamento ou largar seu emprego. “O verdadeiro trabalho da terapia é fazer você se conhecer melhor e mudar a maneira como está pensando, se comportando ou como está entendendo o mundo”, diz Smith. “O processo da terapia não se trata de dar bons conselhos”.

Claro, eles podem falar sobre estratégias para lidar com um transtorno mental, como a depressão, a ansiedade ou o transtorno bipolar, mas quando se trata de suas decisões pessoais de vida, eles agem mais como facilitadores. “Você realmente quer vir para a terapia para dar seu poder a outra pessoa, ou quer aprender a ter esse poder por si só?” diz Howes.

2. Eles provavelmente também fazem terapia.

“Eu nunca confiaria em um terapeuta que nunca tenha passado por terapia “, diz Howes. E de acordo com estes especialistas, a maioria dos psicólogos frequentam seus próprios terapeutas — talvez não o tempo todo, mas ao menos em algum momento de suas carreiras. A maioria dos programas de graduação em psicologia até mesmo exigem que os candidatos façam terapia, diz Smith.

3. A maioria dos terapeutas não prescreve medicamentos.

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Alice Mongkongllite / Via buzzfeed.com

Normalmente esse é o trabalho de um psiquiatra ou clínico geral — não de um psicólogo ou assistente social, diz Bufka. No entanto, o terapeuta pode se alinhar com outro prestador de serviços de saúde para te ajudar a iniciar ou finalizar um tratamento médico, caso isso seja do seu interesse.

4. Você não precisa ser diagnosticado com um transtorno mental para frequentar a terapia.

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Dami Lee / Via instagram.com

Um equívoco comum: “Você precisa ser ‘louco’ para frequentar terapia”, diz Howes. “Há diversas razões pelas quais as pessoas vão para terapia, que nada têm a ver com distúrbios. E quando elas fazem terapia por terem uma doença, isso não é motivo de vergonha. Você está indo para obter ajuda e conversar com um especialista, assim como buscaria ajuda para qualquer outra questão médica”.

Geralmente é nesta situação intermediária — quando você está lutando, mas não está completamente debilitado — que as pessoas hesitam em ir para a terapia, porque sentem que não precisam dela. “Mas se você está se sentindo preso, oprimido ou incapaz de atuar conforme gostaria, isso é um sinal de que você precisa falar com alguém”, diz Bufka.

5. Seu terapeuta não está conversando sobre você com seus amigos no bar.

“A regra número um é a confidencialidade”, diz Howes. “Eu perderia rapidamente minha licença se falasse sobre meus clientes com meus amigos ou família”. No entanto, eles podem discutir certos casos ou temas mais amplos com um pequeno grupo de colegas de confiança. “Temos grupos que se reúnem a cada duas semanas ou mensalmente para discutir casos difíceis e obter feedback dos colegas”, diz Smith. “Falamos sobre os casos, mas é uma versão reduzida, sem nenhuma informação que possa identificar o paciente”.

6. E eles provavelmente não estão pesquisando sobre você no Google.

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“Na minha concepção, fazer isso é ultrapassar os limites e quase uma violação da confidencialidade, de certa forma, pesquisar sobre um cliente no Google sem sua permissão”, diz Smith.

Além disso, eles preferem falar das coisas conforme você as menciona, e não forçá-lo a explicar aquela foto que viram no Facebook durante o fim de semana. “Eu não pesquiso sobre meus clientes no Google porque quero que tudo aconteça no consultório”, diz Howes.

7. Seu terapeuta provavelmente não se comunicará com você em público a menos que você faça isso antes.

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Não se preocupe em se encontrar com seu terapeuta no restaurante e ouvir “Ei, fico contente de ver você passeando por aí!” enquanto você estiver em um encontro. O consenso geral é que os terapeutas não se comunicarão com você em público a menos que o cliente faça isso antes. E se isso acontecer, eles não mencionarão que são seus terapeutas a menos que você faça isso antes, diz Bufka.

Portanto, sinta-se livre para cumprimentá-lo e apresentá-lo como seu terapeuta/professor de yoga/vizinho, ou ignorá-lo completamente. A decisão é sua e é algo que você pode acertar com ele previamente, caso esteja preocupado com isso.

8. O fato de ir para a terapia não necessariamente ajudará — você precisa ser participativo.

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Fazer terapia não é como ir ao seu clínico geral para tratar de uma sinusite e sair com antibióticos. Requer colaboração — não se trata de simplesmente sentar e esperar passivamente pelos resultados. “É muito decepcionante para os clientes quando eles pensam que é assim que funciona”, diz Howes. “Eles querem que o terapeuta faça várias perguntas e é como se fosse uma caça ao tesouro”.

Mas caso um cliente esteja preparado e disposto a falar sobre o que o trouxe e no que ele gostaria de trabalhar, isso pode tornar todo o processo mais colaborativo e eficiente.

9. A terapia não precisa ser um compromisso a longo prazo.

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Anna Borges / Via buzzfeed.com

“Às vezes acho que as pessoas hesitam em embarcar na terapia porque têm a sensação de que ‘se eu for uma vez, ficarei preso 10 anos, três vezes por semana’, e parece ser uma decisão enorme”, diz Smith. Mas a duração e a frequência da terapia são fatores muito individuais. Pode ser um negócio que acontece de uma vez, podem ser alguns meses de sessões ou mais, dependendo do que está acontecendo com você e o que você pretende realizar.

É perfeitamente razoável perguntar sobre a abordagem de um terapeuta na primeira ou segunda sessão, diz Bufka. Coisas como: como seria o tratamento? Por quanto tempo vamos trabalhar juntos? Como saberei quando finalizarmos?

10. A “adequação” correta é o fator mais importante quando se trata de encontrar um terapeuta.

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Amanda Farah / Creative Commons / Via Flickr: amandafarah

“Você pode estar frequentando o melhor e mais qualificado terapeuta em todo o mundo, mas se a adequação não for boa, não será tão eficaz”, diz Smith. “O que a pesquisa nos diz é que de todas as diferentes variáveis na terapia — tipos de tratamento, o grau de instrução do provedor, a duração do tratamento, tudo isso — um dos maiores fatores para o sucesso da terapia é a adequação”.

Como é isso? Se sentir ouvido, compreendido e respeitado. “A experiência da terapia em si não será sempre divertida ou agradável”, diz Bufka. “Mas, neste contexto, você deve se sentir seguro, aceito e ouvido, e às vezes desafiado”.

11. E parar a terapia não significa que você nunca mais poderá voltar.

“Como terapeuta, o que espero é que ao final eles sintam que melhoraram seu funcionamento, seja em seus relacionamentos, no trabalho ou nos estudos”, diz Bufka.” Que se sintam como se estivessem contribuindo para o que quer que seja de valor deles e não se sintam angustiados com os sintomas que estavam enfrentando”.

Claro, a vida acontece e as coisas mudam, e simplesmente porque você se sentiu melhor por anos, não significa que não vá precisar de ajuda novamente no futuro. “Não significa que você nunca precisará de uma sessão de reforço, assim como você faz com um clínico geral”, diz Bufka.

12. Caso esteja preocupado que algo possa ser inadequado — como abraçar seu terapeuta ou perguntar sobre a vida pessoal dele — simplesmente fale sobre isso.

Nem todo terapeuta estará aberto a abraçar seus clientes, mas se você realmente se sentir compelido a fazer isso, não tenha vergonha de falar sobre isso. “O cliente deve se sentir livre para dizer qualquer coisa ou perguntar qualquer coisa”, diz Howes. “Pergunte se isso estiver passando pela sua cabeça e deixe o terapeuta decidir se quer ou não responder a isso. Tente não filtrar ou censurar a si mesmo”.

13. Eles não têm todas as respostas.

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“Às vezes as pessoas pensam que os terapeutas têm uma habilidade especial para ver dentro de você, mas nós realmente não temos”, diz Bufka. “Temos um treinamento especial e compreensão de como os seres humanos são, como se comportam, como as emoções funcionam, e somos capazes de usar isso para entender a situação específica que alguém está passando. Não temos essas habilidades mágicas para instantaneamente ler como você é — é um processo”.

14. Ser terapeuta pode ser trabalhoso.

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Entre fazer malabarismos entre vários clientes todos os dias e ajudar os pacientes através de eventos especificamente traumáticos, pode ser uma profissão incrivelmente assustadora. “Obviamente, pode ser difícil ouvir histórias complicadas hora após hora, dia após dia, e depois ainda ter energia suficiente para sua própria família à noite”, diz Smith. “Isso pode ser um desafio, mas certamente é administrável”.

“Somos guardiões de segredos profissionais”, diz Howes. “Isso tem um preço depois de um tempo. É realmente importante para nós termos nossos próprios confidentes e nossas pessoas com quem podemos conversar”.

15. Mas é provável que eles também achem que o que fazem é incrivelmente recompensador.

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Quando a terapia funciona, e ela funciona, você sairá de lá com uma nova compreensão e novas maneiras de fazer as coisas. Você é quem manda. É seu. Isso segue com você para o resto de sua vida”, diz Bufka.

“Eu simplesmente amo as pessoas”, diz Smith. “Gosto de conhecer pessoas, e é realmente simples assim. Acho que as pessoas são infinitamente interessantes”.

“Sempre que consigo ver o processo de crescimento de alguém ganhar espaço, fico muito satisfeito”, diz Howes. “E passo muito mais tempo rindo do que jamais pensei que iria”.

Consulte sempre um médico para avaliar questões acerca da sua saúde e bem-estar. As postagens do BuzzFeed são feitas com o propósito de informar e não substituem um diagnóstico médico, os tratamentos prescritos ou o aconselhamento de um profissional de saúde.

indicação da psicóloga parceira Ana Pires

TEXTO ORIGINAL DE BUZZFEED






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