Quando a câmera cola no “lado errado”, algo curioso acontece: a lógica moral cede espaço ao carisma, ao plano bem executado e à coragem de atravessar linhas vermelhas.
A seleção abaixo traz cinco filmes (fora do circuito óbvio) que puxam o público para torcer por quem, teoricamente, deveria perder — cada um por um motivo diferente: ponto de vista, humor ácido, crítica social ou pura audácia.
Thoroughbreds (2017): sátira de classe com sangue-frio
Duas jovens da elite planejam um crime doméstico como quem organiza um trabalho escolar. O roteiro afiado transforma frieza emocional em timing cômico e, quando você percebe, está avaliando a “eficiência” do plano delas como se fosse uma gincana.
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The Talented Mr. Ripley (1999): charme, impostura e fuga constante
O filme coloca o espectador dentro da cabeça de Tom Ripley, um camaleão social que falsifica tudo: sotaque, nome, amizade. A tensão não é “se” ele erra, mas “como” vai escapar. A direção faz do crime um exercício de estilo, difícil de não acompanhar com cumplicidade.
Nightcrawler (2014): ambição sem freio no noticiário da madrugada
Lou Bloom descobre um mercado que paga por tragédia e decide virar o melhor no ramo. A crítica à cultura do espetáculo é tão direta que a cada jogada antiética dele surge um dilema: torcer para o furo render (e desmascarar o sistema) ou recuar diante do que isso custa.
Sightseers (2012): férias de trailer, corpos pelo caminho
Ben Wheatley mistura humor britânico seco com violência repentina. O casal protagonista mata por irritações triviais e, ainda assim, o filme arranca risadas cúmplices. A graça é desconfortável: você se pega querendo que eles “não sejam pegos”… por mais um minuto.
Bad Genius (2017): colando com método e matemática
Estudantes montam uma operação internacional de cola digna de heist movie. O filme tailandês transforma prova escolar em thriller tenso, com edição milimétrica e batidas de heist. A “gangue” enfrenta um sistema desigual — e o público embarca no esquema sem muito remorso.
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