8 coisas que você NÃO precisa ter em comum com seu futuro marido ou mulher

Por Kelsey Borresen para o BrasilPost

A expectativa é que você e seu futuro marido ou mulher estejam de acordo em relação a certos pontos importantes: como vocês encaram a monogamia, seus hábitos de consumo, se vocês querem ter filhos ou não, para citar apenas algumas questões.

Mas existem outros interesses, qualidades e pontos de vista que as pessoas presumem que precisam compartilhar com seu companheiro, mas que não são necessariamente requisitos imprescindíveis para um casamento duradouro e feliz.

“Quando esperamos que nosso companheiro ou cônjuge seja e pense como nós, isso muitas vezes gera decepção ou uma impressão de fracasso quando descobrimos que ele pensa, age e reage diferentemente de nós”, disse ao HuffPost o terapeuta sexual Douglas C. Brooks. “Muitos casais que acreditam que têm tantas coisas em comum acabam ficando entediados no relacionamento.”

Pedimos a especialistas em relacionamentos que identificassem algumas das coisas que não são necessariamente importantes que os parceiros tenham em comum. Quando se trata de compatilidade, eles disseram, não é obrigatório que você e seu cônjuge compartilhem os mesmos…

1. Hobbies e interesses

“Somos ensinados a acreditar que é importante compartilharmos interesses com nosso cônjuge. E muitos casais curtem praticar esportes ou hobbies juntos. Mas também existem muitos casais cujos interesses divergem. Desde que as duas pessoas priorizem o tempo passado juntos de modo regular, é razoável que cada um também invista em interesses totalmente diferentes do outro.

Na realidade, a capacidade de mergulhar em interesses independentes de seu companheiro reflete um senso forte de eu individual dos dois parceiros no relacionamento, algo que favorece um nível sadio de intimidade. É fato interessante que casais em que cada um tem interesses distintos do outro podem se surpreender ao descobrir e desenvolver um interesse comum (como fazer caminhadas ou observar pássaros) mais tarde na vida.” ― Elisabeth LaMotte, terapeuta e fundadora do DC Counseling & Psychotherapy Center

2. Posições políticas

“Com todos os casos de conflito Trump versus Hillary em casais e famílias que foram noticiados nos últimos dois anos, seria de se imaginar que diferenças de opinião política podem realmente acabar com um relacionamento. Mas não precisa necessariamente ser assim. Já vi casais que aprenderam a respeitar suas respectivas posições políticas diferentes, em vez de permitir que elas os afastem. As diferenças de posição em um casal constituem oportunidades para a prática do respeito e da cortesia. Podem nos tornar mais compreensivos, empáticos e tolerantes. E essas qualidades propiciam um relacionamento sadio e feliz.” ― Kurt Smith, terapeuta especializado em atender homens.

3. Fetiches sexuais

“Você não precisa ter os mesmos fetiches sexuais que seu parceiro. Desde que vocês dois tenham uma base emocional forte de confiança e já tenham trabalhado traumas passados, superar essas diferenças requer uma abertura para aprender o que cada um dos parceiros curte, além da disposição de dar prazer ao parceiro de maneiras com que vocês dois se sintam à vontade.

Para isso, você pode criar uma lista de coisas que o excitam, coisas que o fazem brochar e coisas que são possibilidades. Procure limitar a lista das coisas que esfriam seu desejo. Converse com seu parceiro com antecedência sobre suas preferências, e combinem uma palavra a usar para o caso de alguma coisa ir além do que você se sente à vontade em fazer, para que as coisas continuem a ser consensuais. O mais importante é manter um clima de brincadeira, de curtição. E então, quem sabe, da próxima vez que seu parceiro lhe pedir para usar uma máscara de Chewbacca enquanto vocês estão transando você esteja aberto à ideia.” ― Kari Carroll, terapeuta de casais

4. Gosto em cinema, música e televisão

“Frequentemente me surpreendo ao constatar quantas pessoas imaginam que encontraram sua ‘alma gêmea’ porque conheceram alguém que curte os mesmos programas de TV, as mesmas bandas e os mesmos filmes que elas. Sim, é uma surpresa agradável quando isso acontece e pode lhes proporcionar muito assunto para conversar inicialmente, mas o sucesso de longo prazo de um relacionamento será baseado em temas muito mais importantes, tipo o que vocês valorizam, quão bem vocês se comunicam, suas expectativas em relação a fidelidade, tempo para passar a sós, vulnerabilidade e expressões de amor, por exemplo. É possível que vocês dois curtam Kesha e ‘Arrested Development’, mas se tiverem expectativas completamente diferentes em relação a filhos e como criá-los, inevitavelmente terão problemas no futuro. ― Ryan Howes, psicólogo

5. Origem cultural, religiosa ou racial

“Alguns aspectos da criação dos filhos podem ser mais familiares e envolver menos concessões e discussões para os casais que compartilham a mesma religião, raça e cultura. E esses casais têm menos chances de encarar resistência ou pressão de seus respectivos pais com relação a seu estilo de vida e o modo como criam os filhos. Mas o processo de expor seus filhos a visões, perspectivas e tradições distintas pode ser muito enriquecedor, e pai e mãe muitas vezes amadurecem e ampliam seus horizontes quando precisam trabalhar e superar diferenças religiosas, culturais e raciais.” ― LaMotte

6. Prazer na companhia de outras pessoas

“As pessoas não precisam ter o mesmo desejo de passar tempo na companhia de terceiros para se darem bem. Na realidade, muitos casais dão certo porque um dos parceiros é mais caseiro, enquanto o outro sai com frequência. Desde que as duas pessoas respeitem as tendências sociais uma da outra e que nenhuma das duas despreza ou ironize o ponto de vista e os gostos da outra, introvertidos e extrovertidos frequentemente podem ter casamentos que dão muito certo.” ― Samantha Rodman, psicóloga e coach de namoro

7. Preferências em matéria de limpeza e organização

“Não é imprescindível que você e seu parceiro deem a mesma importância à limpeza no lar. Na verdade, é muito comum que isso não aconteça. Os casais que trabalham essa questão na terapia comigo tendem a reconhecer, primeiramente, que foram educados de maneiras distintas no que diz respeito à responsabilidade pela limpeza e a organização, e em seguida tentam encontrar um terreno comum. Algumas pessoas precisam aprender a ajudar mais frequentemente nas tarefas de arrumação da casa; outras precisam aprender que seu parceiro não vai fazer as coisas de determinada maneira, de modo que elas precisam abrir mão de suas expectativas perfeccionistas para curtir tempo sem rotinas. Talvez os pratos nem sempre sejam guardados no lugar certo, mas é assim que as pessoas aprendem, e com o passar do tempo todos saem ganhando.” ― Carroll

8. Senso de aventura

“Há muitos casais felizes em que as duas pessoas têm metas diferentes em matéria de viagens e aventuras, e isso não é necessariamente um obstáculo intransponível. Primeiro elas precisam se conformar com o fato de que não são iguais, depois cada uma precisa concordar em fazer sacrifícios pela outra, algo que geralmente acaba com o parceiro de espírito aventureiro vivendo seu lado Indiana Jones na companhia de outros amigos. Conheço muitos casais que não viajam juntos, mas têm um relacionamento forte mesmo assim, porque se comunicam bem e aceitam essas diferenças. Eles curtem ao máximo o tempo que passam juntos, e a pessoa mais caseira do casal sente segurança suficiente para deixar seu parceiro aventureiro explorar o mundo por conta própria.

As duas pessoas precisam fazer o que for preciso para conservar o relacionamento forte durante os períodos de ausência, através de FaceTime e mensagens frequentes. Mas, se o relacionamento puder superar a distância, o fato de as pessoas terem níveis diferentes de anseio de viajar nem sempre é negativo. Cada um dos dois pode curtir sua própria zona de conforto, e o relacionamento pode se conservar forte a despeito da distância.” ― Howes

Imagem de capa: Shutterstock/George Rudy






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